Venda de televisores empurra indústria de eletrônicos
O desempenho da produção industrial como um todo é pouco animador, como bem reflete o crescimento de apenas 0,2% sobre agosto, mês que registrou recuo de 0,7%. Ainda assim, o segmento de eletroeletrônicos viu o que comemorar na alta acumulada de 4,7% nos nove primeiros meses do ano. Mas como destacou o próprio IBGE, são os televisores os principais responsáveis pelo resultado.
Na pesquisa mensal da indústria, o Instituto marcou os aparelhos de TV como terceira principal influência positiva do setor este ano, atrás apenas dos automóveis e de petróleo/ferro. E de fato os números específicos desse segmento são os melhores na análise da associação nacional de fabricantes de eletrônicos.
Ao avaliar o desempenho do primeiro semestre, a Eletros aponta para um crescimento de 27,7% na venda de televisores, bem acima da média geral do segmento, que foi de 18,5% quando incluída a linha branca (fogões, geladeiras, etc) e os eletroportáteis. Nesse quadro, o principal impulso veio mesmo da venda de 5,07 milhões de aparelhos de TV entre janeiro e junho.
Esse movimento continua, guiado pela troca de aparelhos induzida pelo fim dos sinais analógicos de TV. Como aponta o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), “em setembro, o crescimento de 11,7% de bens de consumo duráveis se deveu, em grande medida, ao crescimento obtido pela fabricação de automóveis (+26,4%), seguida pelo grupamento de eletrodomésticos da ‘linha marrom’ (+19,3%)”.
Segundo avalia a Eletros, há muito campo pela frente. “No Brasil 46,5 milhões de TVs ainda são de tubo. Esse dado tem sido tratado de forma relevante pelas empresas que atuam no varejo como grande oportunidade de conversão de venda para as primeiras telas ‘finas’, geralmente, de 32”, 40” ou 48” (equivalente a 80% do mercado) e que poderão ser adquiridas aproveitando um momento de substituição do sinal analógico pelo digital.”