Viasat: No Brasil, criatividade leva internet onde ninguém imagina

Longe dos números oficiais monitorados por autoridades como a Anatel, existe um movimento empreendedor que, mesmo de maneira informal, leva serviços de acesso à internet aos rincões mais distantes. Algo que não estava no radar da americana Viasat quando trouxe para o Brasil seu modelo já testado no México de WiFi Comunitário. 

“Nosso maior aprendizado foi com o WiFi comunitário. A gente imaginava que quando chegasse em uma localidade pequena, de 500, 600 casas, seria um ‘greengfield’, a gente não ia encontrar ninguém. Mas mesmo nesses lugares tem concorrência”, revela o novo diretor geral da empresa no país, Leandro Gaunszer. 

A empresa, que por enquanto ainda tem um trunfo inigualável graças ao contrato para uso comercial do satélite da Telebras – o único com cobertura em banda Ka em todo o território brasileiro – vem apostando em diferentes modelos de negócios para deslanchar no país. O foco são moradores de regiões mais distantes, onde não há infraestrutura e, portanto, carência de conectividade.

Gaunszer diz que a empresa conta atualmente com 20 mil pontos de internet instalados, mas admite que mais da metade disso são as antenas associadas ao programa de inclusão digital Gesac – que em meados de 2020 contava com mais de 13 mil desses pontos. Para ampliar a mordida nesse mercado, a Viasat firmou parcerias comerciais com a Ruralweb e mais recentemente com a Sky. “Nossa maior demanda de clientes está nas regiões Norte e Centro-Oeste.”

Mas se o executivo vê esse serviço residencial crescer, os planos do WiFi Comunitário ainda não deslancharam. “Fizemos testes no interior de São Paulo e estamos fazendo novos testes no interior do Ceará, com um modelo diferente de solução técnica e comercial, e vamos continuar testando até encontrarmos o modelo ideal para escalar e atender essa população.”


O ajuste se justifica por aquela constatação de que tem concorrente mesmo nos locais mais longínquos. “Não é necessariamente uma concorrência formal, mas foi um aprendizado que o mercado brasileiro é muito competitivo. ISPs formais ou informais estão por todo o Brasil.”

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