Viasat: TCU controla viabilidade de acordo com Telebras
A ideia era lançar o serviço comercial logo na esteira das instalações de antenas de acesso à internet via satélite exigidas pelas políticas públicas. Mas com tratativas sobre valores demandadas pelo Tribunal de Contas da União, a americana Viasat vai esperar a palavra final do órgão de controle para iniciar a venda privada de conexões com uso do satélite nacional, da Telebras.
Antes do sucessivos litígios sobre o uso do satélite brasileiro, a previsão era da venda de banda larga em no máximo nove meses após o anúncio do acordo. “Em outubro já teríamos lançado o WiFi comunitário, coisa de 45 dias depois das antenas dos programas governamentais. Mas vamos aguardar uma definição do TCU antes de retomar essa ideia”, afirma a vice presidente e gerente geral da empresa para o Brasil, Lisa Scalpone, em Brasília nesta segunda, 17/12, para a inauguração do centro de operações do satélite na capital.
A demanda, mesmo em áreas isoladas como comunidades indígenas, é evidente, revela a executiva. “Estamos vendo taxas incríveis a partir do próprio Gesac”, explica. A julgar pelo modelo visto em julho, quando Telebras e Viasat conectaram uma escola na comunidade indígena Surumu/Barro, em Roraima, a população que vive na área não conta com sinal de celular e aproveita o link da escola. É parte do público que a Viasat acredita capaz de comprar o serviço em um modelo semelhante a uma Lan House, só que via satélite.
O contrato entre a empresa americana e a estatal brasileiro passou a maior parte de 2018 suspenso, primeiro pelo Judiciário, depois pelo TCU. No último dia de outubro, a Corte de Contas aprovou a validade do acordo, mas exigiu mudanças nos valores negociados. Na semana passada executivos da Telebras foram aos EUA. Nesta, vice-versa. A expectativa de que até a primeira semana de fevereiro haverá números a mostrar ao TCU.
A vice presidente da empresa americana garante, no entanto, que a relação com o Brasil está só começando. O próximo satélite da constelação Viasat 3 será lançado em 2020 e deverá cobrir a América do Sul, permitindo a modulação de capacidade em toda a região. No México, onde chegou em 2016, também pelo vão da baixa renda, já começou a oferecer conexões residenciais de alta velocidade em regiões urbandas também.