Virtualização de redes ficou obrigatória para as teles

“O modelo tradicional das redes das operadoras já não lhes permite escalabilidade.” “Elas não podem mais esperar para começar a virtualizar funções de rede (SDN) e adotar arquiteturas definidas por software (NFV).” Estas foram apenas algumas das afirmações dos especialistas presentes no painel “Transição viável na infraestrutura SDN e NFV para a entrega de novos serviços”, realizado na quarta-feira (17), durante o Futurecom 2018.

Executivos de empresas como Accenture, Dell EMC, Embratel, Ericsson, Netcracker e Oi discutiram os benefícios e os desafios que as operadoras enfrentarão ao migrar suas infraestruturas para ambientes virtualizados. “A exemplo do que ocorreu no universo da TI, com a virtualização de servidores, as operadoras devem experimentar ganhos como otimização de custos, flexibilidade, escalabilidade…”, enumerou Yanis Stoyannis, gerente de Consultoria e Inovação em Cybersegurança da Embratel. Por outro lado, disse o executivo, haverá uma série de riscos e desafios.

“A partir do momento em que começa a desacoplar o hardware do software, surgem pontos de observação”, alertou. Entre eles, está o risco de perder eficiência do hardware e a questão de precisar lidar com a interoperabilidade não apenas entre sistemas legados e elementos virtualizados, mas entre elementos abertos, de diferentes fornecedores. “Outro grande desafio está na mudança cultural envolvida em um projeto de virtualização deste tipo”, afirmou. “Como o engenheiro de telecom vai se adaptar ao mundo de TI, à parte de sistemas operacionais? Como mudar essa cultura, capacitar essas pessoas? Isso precisa estar no planejamento”, advertiu Stoyannis.

Finalmente, a questão da segurança da informação merece destaque. As ameaças cibernéticas são algo ainda desconhecido no universo das telecomunicações, em que as redes até aqui eram isoladas. Eric Vallone, diretor de Gerenciamento de Produtos da Dell EMC, brincou ao dizer que ninguém faz virtualização pelo prazer de fazer virtualização. “Fazemos pelos benefícios que ela traz. Tem tudo a ver com ampliar os negócios, fazer as coisas de maneira mais flexível, em ambientes abertos, de arquiteturas abertas, de múltiplos fornecedores”, afirmou. “Mas isso traz complexidades.”

Como resolvê-las? A receita é simples, segundo Vallone: “Não faça sozinho jamais. Tire proveito da experiência dos outros. Procure parceiros e consultorias que já aprenderam com experiências passadas.” O gerente de Cloud Engagement da Ericsson para a Amércia Latina, Gilson Cereda, engrossou o coro. “IoT, 5G e fatiamento de redes utilizam o SDN para garantir a qualidade dos serviços entregues”, afirmou.


“São novas tecnologias que viabilizam serviços que não estão previstos. E esse é o segredo da inovação: se preparar para coisas que ainda não existem”, disse, lembrando que as OTTs utilizaram toda a infraestrutura existente para entregar incontáveis novos serviços aos usuários. “Não é uma jornada simples. Para endereçar essas novas realidades e fontes de receitas, mais do que nunca, é preciso aproveitar referências dos pioneiros.”

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