Inovação

AWS: Regras definidas para o PIX são modelo para regulação da inteligência artificial

Las Vegas, EUA – As regras criadas pelo Banco Central para tratar a computação em nuvem nos bancos brasileiros são a melhor referência para uma regulação da inteligência artificial no país. É o que defende a maior empresa de nuvem do planeta, AWS, que nesta semana realiza em Las Vegas, nos EUA, seu maior evento anual, o re:Invent. 

“O sistema financeiro no Brasil serve de grande referência. A partir do momento que foi feita a regulamentação, com um trabalho junto aos bancos, junto às empresas de tecnologia, isso habilitou aos bancos acelerarem a jornada”, afirma o diretor geral da AWS no Brasil, Cleber Morais. 

“Os bancos do Brasil são referência global. E em cima de algo feito junto com o Banco Central. O PIX foi viabilizado pela infraestrutura e a nuvem foi o grande habilitador disso, por conta de uma regulamentação pró utilização de tecnologia. Isso traz vantagem competitiva para o país.”

No Brasil, a comissão especial criada no Senado para discutir um marco legal da IA tem até 15 de dezembro para votar o projeto de lei. Centrado em níveis de risco, a proposta não é unanimidade – sequer há consenso sobre se deve haver uma lei sobre uma tecnologia de propósito genérico ainda em evolução. 

O diretor de setor público da AWS no Brasil, Paulo Cunha, ressalta que as regras devem dar espaço para inovação e, especialmente, manter um ambiente de amplo acesso. 


“O que advogamos é o uso da IA para a melhoria do impacto direto para o cidadão e para o cliente. E a democratização, de forma que seja algo acessada por vários, independentemente do tamanho da empresa, em qualquer escala. Se tiver esses componentes, é o que esperamos da regulamentação. O que não queremos é uma disruptura do que acreditamos que a nuvem traz, que é um processo de inovação. E uma das consequências é a habilitação da IA generativa, por exemplo”, diz Cunha. 

Febre do momento, a IA generativa é justamente a aplicação que tem levado governos e legisladores a adotarem regras para o uso da tecnologia. E é o que está puxando o crescimento da própria computação em nuvem

“O que está acontecendo com a IA generativa é semelhante ao que aconteceu com a internet no passado. É uma nova atitude do mercado onde as empresas vão ter que utilizar por uma questão de sobrevivência. Hoje ninguém imagina viver sem celular e sem internet. Ela gera inovação em todas as áreas. Seja um médico, seja um advogado, vão ter impactos na vida e terão que utilizar ou deixarão de ter vantagens profissionais. Então, se é hype ou não, não sei. Mas é mandatório entrar”, afirma Cleber Morais.

Isso é fácil de ver em painéis, debates, casos e uso e na feira de parceiros neste re:Invent 2023, que reúne 50 mil pessoas e tem na inteligência artificial generativa é a principal atração. A Amazon, vale lembrar, investiu R$ 19 bilhões para ficar com o Claude, IA generativa que “concorre” com ChatGPT e Bard. 

“Quando a gente olha para trás o surgimento de novas tecnologias, um bom exemplo é o carro. Quando foi lançado, uma regulamentação foi colocar uma pessoa com uma bandeira vermelha na frente para avisar que um carro estava vindo. Ou seja, são disrupturas que acontecem e que precisam ao longo do tempo ganhar maturidade. Vai acontecer com IA generativa, com toda a tecnologia. E em momentos de disruptura forte como este, tem fases de adaptação que são importantes”, diz o diretor geral da AWS no Brasil. 

* Luís Osvaldo Grossmann participa do re:Invent 2023 a convite da AWS

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