Banco Central: Inovação exige equilíbrio nada trivial entre pessoas, segurança e risco
Com 54 anos de estrada em tecnologia da informação, o regulador brasileiro do sistema financeiro defende a busca pela maior proteção possível que dê espaço à modernização do mercado. Para o Banco Central, que entre outras ações tem um programa de incentivo para as fintechs, o difícil equilíbrio entre segurança e risco é uma ferramenta para a inovação.
“O mercado financeiro está aí para ganhar dinheiro. E para diminuir seus riscos. E cabe a nós, que fazemos a supervisão, saber qual o equilíbrio entre o que a sociedade quer correr do ponto de vista financeiro e o que tem que ser feito para que os negócios possam ser modernizados e as coisas possam funcionar. Não é trivial. Assim, temos a função importante de dizer ao mercado qual é o apetite de risco para o Brasil. Dentro desse limite, corra”, afirma Marcelo Yared, veterano diretor de TI do BC, e que agora assume a chefia do escritório de segurança cibernética e inovação tecnológica, que participou de mesa redonda promovida pelo Convergência Digital, em parceria com a Unisys e a Dell EMC, em Brasília.
Como destaca Yared, o BC nasceu em 1965 com TI na veia. E aprendeu que, apesar das evoluções tecnológicas, a peça fundamental continua sendo gente. “Os problemas de segurança da informação hoje são mais complexos, dão mais trabalho. Mas uma coisa que a gente aprendeu em 54 anos é que o elemento fundamental é o mesmo: a pessoa que usa o sistema, seja o cliente, usuário. E o que vai resolver é a educação.”
É diante da inexistência do sistema perfeito, completamente seguro, que Yared encaixa o mencionado equilíbrio. “Trabalhamos com o que chamamos de apetite de risco. Dada uma situação, um sistema, uma necessidade, qual o apetite de risco que a instituição tem ou quer ter. E aí vamos trabalhar. Tentamos nos organizar e vender para a alta administração e para a sociedade aquilo que podemos entregar do ponto de visita de segurança. Vai ter problema, vai. Vai ter falhas, vai. Temos que ter medidas adequadas para evitar grandes prejuízos e as pessoas devem saber os riscos que estão correndo.” Assistam a participação do chefe do escritório de segurança cibernética e inovação tecnológica do BC, Marcelo Yared.