Banco do Brasil cria blockchain privado para a Petrobras
Depois de um tempo de amadurecimento, o blockchain começa a ter aplicações práticas no mercado financeiro, apresentadas no CIAB Febraban 2019, evento realizado de 11 a 13 de junho, em São Paulo. O Banco do Brasil foi uma das instituições a mostrar projetos com o uso da tecnologia que já estão disponíveis para os clientes finais.
O gerente de Soluções da Diretoria de Tecnologia do Banco do Brasil Bruno Barbosa Schmidt lembrou que o banco pesquisa as possibilidades do blockchain desde 2015. Ele lembrou que, por conta da alta expectativa gerada e dos poucos resultados práticos mostrados até aqui, a tecnologia foi hipervalorizada no passado e, hoje, é desqualificada por alguns.
“Há muita expectativa sobre o que pode ser gerado e poucos desenvolvimentos, mas realizamos provas de conceito e aprendemos muito com esses experimentos”, disse. Um dos exemplos é o SFD (Sistema Financeiro Digital), que permite a liquidação bruta em tempo real. Na prática, isso significa que transferências bancárias podem ser feitas em segundos, via celular, utilizando apenas a lista de contatos do cliente, sem a necessidade de número de agência ou conta.
O BB também está desenvolvendo a possibilidade da realização de pagamentos interbancários com QR Code, o que deve simplificar a experiência do usuário com a realização de pagamentos instantâneos, com o dinheiro se movendo rapidamente entre bancos.
Ainda no BB, há o SBP (Sistema Brasileiro de Poderes), utilizado para definir, junto aos clientes corporativos, quem pode movimentar o dinheiro da empresa. “Na Petrobras, por exemplo, esse processo levava oito dias úteis. Criamos uma rede de blockchain para eles e esse prazo caiu para três horas”, disse Schimidt, lembrando que o uso da tecnologia blockchain traz valor para os clientes da instituição, permitindo transferências e pagamentos 24×7, automatizando a reduzindo o tempo de atendimento e ganhando eficiência operacional.