Inovação

BC: Moeda Digital Drex está longe de ser um concorrente do Pix

O Drex, a moeda digital brasileira, é uma inovação nunca feita no mundo e precisa ser estressada em testes antes de se tornar operacional, afirmou o coordenador da moeda digital, Fabio Araújo, ao participar nesta quarta-feira, 24/07, do Blockchain.Rio. “Não vamos correr”, garantiu. Segundo ele, até o final de agosto, o BC divulga os projetos selecionados para testes de caso de uso na segunda fase do piloto.

“Nós recebemos 42 projetos dos participantes da primeira fase. Infelizmente não tenho como testar todos. Vamos selecionar. Não sabemos quantos serão escolhidos. Temos falta de pessoal, somos serviço público, mas vamos selecionar o máximo que pudermos”, disse Araújo ao Convergência Digital. Ele revelou ainda que o BC programa fazer um chamamento para que novos participantes entrem no piloto do Drex e possam oferecer seus casos de uso já a partir de 2025.

“O Drex é uma inovação. Temos que estressar demais em testes. Vou dizer: O BC não é usuário do CrowdStrike, mas mesmo se fosse, não passaria pelo problema. Nenhuma atualização de software é feita na produção. Nós temos um sandbox só para fazer esses testes. Em produção, tudo tem de ser rodando de forma perfeita. E é isso que vamos fazer com o Drex. Ainda há muitos problemas para resolver e amadurecer”, contou o coordenador.

Araújo diz que há um trilema no Drex: privacidade, interoperabilidade e descentralização. Em todos, assegura, há questões para serem resolvidas. “Nós temos que pensar em interoperabilidade capaz de permitir que pequenas e médias empresas e startups possam estar no Drex”, adianta. Na parte de privacidade, o Bnco Central está testando quatro ferramentas: Zether, Starlight, Parchain e Nova, da Microsoft.

Ainda sobre o Drex, Araújo adiantou que os smart contracts (contratos inteligentes) de crédito- que serão testados na segunda fase dos testes – devem executar automaticamente as garantias. Se houver questionamentos, eles serão resolvidos judicialmente, afirmou. A segunda fase do piloto da moeda digital, adicionou, vai servir para desenhar um modelo de governança de contratos inteligentes.


O coordenador do Drex adiantou ainda que o Banco Central (BC) está próximo de fechar um acordo com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para que os ativos regulados pelo órgão sejam usados nos testes do Drex, a moeda digital do BC. “Vamos fechar um acordo para o piloto. Vai nos ajudar muito”, disse Fabio Araújo.

Questionado se o Drex pode ser um concorrente do Pix, Fabio Araújo, disse que essa é uma hipótese irreal e fora de propósito. Segundo ele, o Pix é um canal de pagamentos. E o Drex será voltada para ofertas de serviços financeiros. “Os dois vão conviver. Tenho convicção”, finalizou.

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