BNDES recebe 35 projetos para data centers verdes no Nordeste, que somam R$ 16,9 bilhões
Chamada de financiamentos da Nova Indústria Brasil teve 13 vezes mais pedidos que oferta inicial.

A instalação de data centers verdes no Nordeste desponta entre as principais propostas recebidas pela chamada pública da Nova Indústria Brasil (NIB). Foram 35 projetos inscritos, que juntos somam R$ 16,9 bilhões em demanda de crédito para empreendimentos que prometem ampliar a infraestrutura digital da região com menor impacto ambiental.
No total, a chamada pública, lançada em maio com previsão inicial de R$ 10 bilhões, atraiu 246 propostas que alcançaram R$ 127,8 bilhões em solicitações — quase 13 vezes o valor esperado.
Além dos projetos de data centers, destacam-se iniciativas em hidrogênio verde, com R$ 54,3 bilhões em propostas, transição energética com foco em armazenamento (R$ 15,3 bilhões), bioeconomia com ênfase em fármacos (R$ 5,4 bilhões) e o setor automotivo e de máquinas agrícolas, que concentrou R$ 25,2 bilhões. Outras 41 propostas, que somam R$ 10,4 bilhões, foram apresentadas em mais de um dos eixos estratégicos.
Segundo o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, o volume recorde de projetos confirma o potencial da região e pode levar à ampliação dos recursos inicialmente previstos. “Nosso compromisso é que os projetos consistentes serão atendidos, mesmo que para isso a gente tenha que elevar os valores inicialmente alocados. Sob orientação do presidente Lula, o BNDES está de mãos dadas com o Nordeste para transformar boas ideias em oportunidades concretas”, afirmou.
A chamada foi aberta a empresas e cooperativas, com possibilidade de apresentar projetos que envolvam desde a instalação de infraestrutura e aquisição de equipamentos até parcerias com universidades, plantas-piloto e contratação de recursos humanos. O BNDES contou com apoio da Sudene e do Consórcio Nordeste, que atuam como parceiros técnicos, além de oferecer diferentes modalidades de incentivo, como crédito, subvenção não reembolsável e participação societária.
Do total de propostas, 88% tiveram participação de pequenas e médias empresas, 73% envolveram cooperação com instituições de ciência e tecnologia e cerca de 30% foram estruturadas em consórcio com outras companhias, reforçando o caráter colaborativo e inovador da chamada.