Uma pesquisa inédita da Amazon Web Services (AWS) revela que a Inteligência Artificial Generativa está transformando rapidamente o cenário corporativo brasileiro. O estudo “Generative AI Adoption Index“, conduzido em parceria com a Access Partnership, entrevistou 411 tomadores de decisão de TI no país e indicou que 93% das empresas já exploram ferramentas de IA Generativa, com 89% conduzindo experimentos ativos com a tecnologia.
A IA Generativa consolidou-se como a principal prioridade de investimento em TI para 2025 no Brasil, superando até mesmo a segurança cibernética. O relatório aponta que 39% das empresas brasileiras classificaram a tecnologia como seu principal foco de gastos, em contraste com os 28% que priorizam soluções de segurança. Cleber Morais, diretor-geral da AWS no Brasil, enfatiza: “Estamos vendo uma mudança estratégica clara, com as empresas buscando na IA Generativa novos caminhos para inovação e crescimento”.
O estudo também destaca a ascensão da figura do Chief AI Officer (CAIO). Cerca de 56% das organizações brasileiras já criaram essa posição, e outros 31% planejam fazê-lo até 2026. Morais explica que “o surgimento do CAIO reflete a transição da fase de experimentação para a implementação em produção”, enquanto apenas 13% das empresas não têm planos de criar essa liderança especializada.
Apesar do entusiasmo, a adoção da IA Generativa enfrenta obstáculos significativos. Atualmente, 46% das organizações já estão em fase de transição para a produção ou integração total da IA Generativa, mas apenas 44% dos experimentos realizados em 2024 devem chegar à produção este ano. O principal gargalo para a adoção em larga escala, segundo o estudo, é a escassez de talentos qualificados.
Para mitigar a falta de mão de obra especializada, as empresas brasileiras estão adotando estratégias proativas. Aproximadamente 60% das companhias já desenvolveram planos de treinamento em IA Generativa, e 26% pretendem criar esses programas até o final de 2025. Além disso, 96% das organizações planejam contratar profissionais com habilidades em IA Generativa neste ano. Morais salienta: “O sucesso com IA Generativa exige mais do que tecnologia – demanda liderança forte, competências adequadas e cultura inovadora”. Ele observa que os principais desafios para implementar programas de treinamento incluem a falta de conhecimento sobre como estruturá-los (69%), compreensão limitada das necessidades de capacitação (68%) e restrições orçamentárias (57%).
As empresas brasileiras estão adotando diversas abordagens para a implementação da IA Generativa. O estudo revela que 60% desenvolvem aplicações personalizadas sobre modelos ajustados, enquanto 58% criam soluções customizadas sobre modelos prontos. Apenas 24% das organizações optam por construir soluções totalmente internas.
A AWS está ativamente apoiando essa transformação através de iniciativas como o Generative AI Innovation Center, um projeto de US$ 100 milhões que oferece workshops e consultorias, e o AWS Skill Builder, que disponibiliza mais de 80 cursos gratuitos em IA. Parceiros locais como Compass UOL, CI&T e A3Data complementam o ecossistema com implementações setoriais customizadas.
“Estamos comprometidos em capacitar milhões de profissionais até 2025”, afirma Morais. Ele conclui que “a próxima fase do desenvolvimento da IA Generativa no Brasil dependerá de três pilares: base de dados sólida, ferramentas de ponta e infraestrutura segura”.
O estudo completo, que inclui comparações com outros oito países como Estados Unidos, Alemanha e Japão, está disponível no site da AWS.
