Inovação

Cibersegurança custa caro e exige responsabilidade compartilhada

A digitalização dos mais diversos segmentos econômicos e sociais vem acompanhada de crescentes ameaças cibernéticas. E em que pese a segurança ter se tornado lugar comum nas prioridades corporativas, menos firme é a percepção de que ela não acontece isoladamente.

Como sustenta o diretor de Engenharia  do Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife, CESAR, Beto Macedo, segurança é fundamental, mas também é compartilhada.  Ele diz que o software se espalhou, os riscos aumentaram e a preocupação com segurança ficou mais forte. Mas isso não basta.

“Um pedaço de software que foi desenvolvido vai parar em um servidor, dentro de uma rede. Se o servidor é inseguro, não tem proteção que seja possível no software, se a rede é insegura. É uma série de camadas com as quais todos devem se preocupar, todos que produzem software e que operam software. Segurança precisa que diversos entes trabalhem focados em segurança”, afirma.

Macedo diz que, ao longo dos últimos 20 anos, o software se distribuiiu pela economia como um todo.  Um exemplo: o telefone celular, hoje, é um terminal de compras, é um terminal de banco e tem ‘n’ funções. Antes, uma invasão veria apenas as ligações feitas. Mas hoje, um celular capturado dá acesso à vida toda de uma pessoa.

E o especialista do CESAR vai além: Com a internet das coisas vai ser bem pior. Com o software se espalhando, os riscos aumentam, ataques, sequestros de dados, criptografia de ativos e pedidos de resgate. A preocupação com segurança ficou mais forte porque o software está em todo o lugar. A gente lida com isso pelo entendimento que segurança tem que estar desde o princípio do processo, senão não se constrói uma coisa segura.”


Macedo é taxativo: a cibersegurança tem custo e não é baixo. Cibersegurança exige competência interna e de empresas de consultoria para criar um modelo de ameaças para saber onde é preciso colocar as proteções. “Precisa ter planejamento, e isso tem custo. Mas boa parte das empresas só se lembra de trancar a porta depois que ela foi arrombada, depois de um prejuízo enorme”.

O remédio passa pela conscientização, pela educação, uma vez que a economia está cada vez mais conectada. Todo mundo que provê um pedaço de software tem uma certa responsabilidade. Tem obrigação de prover um software seguro. Quem está operando o software, precisa prover um ambiente seguro. Isso precisa entrar na equação de custo, até porque se o consumidor usar um serviço digital e tiver uma perda, por qualquer ação, ele perderá a confiança e toda a cadeia estará abalada, provocando grandes riscos à economia digital. Assistam o diretor de Engenharia do CESAR, Beto Macedo.

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