Cisco cria big data para unificar dados de pesquisa científica do MCTIC
A partir de um acordo de colaboração com o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, assinado nesta quarta-feira, 26/05, e que cria o programa batizado de Brasil Digital e Inclusivo, a Cisco assume a realização de iniciativas para aceleração da transformação digital no Brasil. Uma das ações – que começa a ficar operacional em três meses – foi chamda de Torre MCTIC, que é a construção de uma plataforma de big data para unir todos os dados relativos à pesquisa científica no Brasil.
O diretor de transformação digital da Cisco do Brasil, Rodrigo Uchoa, explica que a Torre MCTIC será gerenciada pelo ministério. “Os dados e informações serão do Ministério. A Cisco não terá acesso ás informações”, reforçou. A plataforma será baseada em dados abertos e dará suporte, por meio da consolidação das informações, para programas e políticas públicas de tecnologia e inovação no Brasil.
“Esperamos ter o primeiro protótipo da plataforma em três meses,uma vez que a plataforma envolve um ecossistema enorme de ciência e tecnologia. Mas temos de deixar claro: essa Torre MCTIC será viva. Ela nunca terá fim. Ela será alimentada por informações abertas e será uma plataforma aberta baseada em APIs”, contou Uchoa, da Cisco.
O acordo de cooperação com o MCTIC tem outras iniciativas envolvidas em quatro áreas selecionadas: saúde, cibersegurança, educação e indústria 4.0. Em educação, por exemplo, a ideia da Cisco é fazer 100 pilotos da iniciativa Escola Conectada. Esse projeto ainda não tem prazo de prototipagem, mas o diretor de diretor de Políticas Públicas, Giuseppe Marrara, deixou claro que a Cisco não terá vantagem em compras governamentais se o Escola Conectada for aprovado pelo Governo.
“Se passar o projeto e ele for considerado viável, o governo vai abrir uma licitação pública e vamos disputar com outros fornecedores. A parceria com a Cisco é para acelerar o consumo de serviços digitais. Quanto mais o tráfego da Internet aumentar, maior será o investimento em infraestrutura. E tem um detalhe: A Cisco pode perder dinheiro em inovação. O Governo não pode. O Brasil Digital Inclusivo não terá dinheiro público, mas, nós, também não revelamos investimentos que serão feitos da nossa parte”, explicou Marrara.
O Brasil é o 34º país a aderir ao programa global Country Digital Acceleration da Cisco, aqui batizado de Brasil Digital e Inclusivo. Cada pais, conta Uchoa, tem a sua particularidade. No México, por exemplo, os investimentos aconteceram na indústria de óleo e gás, vital para a economia do País. Na Itália, o investimento aconteceu em programa de capacitação de mão de obra especializada. No Brasil, a transformação digital foi o pilar dos investimentos.
Além de big data e educação conectada, a Cisco criou uma plataforma regional através do Conselho de Inovação em Cibersegurança, em colaboração com a Organização dos Estados Americanos (OEA), para educação em segurança cibernética, compartilhamento de melhores práticas e colaboração que inclui o Brasil. Também promete, para breve, um Centro de Experiência focado nas tecnologias de suporte à Indústria 4.0 e manufatura avançada, assim como o desenvolvimento de um programa de capacitação de profissionais para atuarem no segmento, incluindo conhecimentos e habilidades na utilização integrada de tecnologias da informação e automação em ambientes industriais. Com essa iniciativa, a Cisco pretende apoiar a formação de dois mil profissionais nos próximos três anos.
O acordo começou a ser costurado no Mobile World Congress, em 2019, quando a delegação brasileira visitou o Centro de Inovação da Cisco, em Barcelona, e ganhou corpo ao longo do ano. Segundo a Cisco, há cerca de 10 acordos de cooperação com outras empresas privadas e com a academia para fomentar o proejto. “Não tem como fazer um projeto desse sem parceiros. Estamos falando de infraestrutura digital, de uma nova infraestrutura para o Brasil passando pelo 5G e pela nuvem e por edge computing. O ecossistema precisa participar”,diz Rodrigo Uchoa.
Participaram da solenidade de assinatura do acordo o ministro Marcos Pontes, o secretário-executivo do MCTIC, Julio Semeghini, o secretário de Empreendedorismo e Inovação, Paulo Alvim, o secretário de Telecomunicações, Vitor Menezes, e os executivos da Cisco Guy Diedrich, vice-presidente global de inovação, John Kern, vice-presidente sênior e country sponsor do Brasil, Jordi Botifoll, presidente da Cisco América Latina e Vice-Presidente Sênior de Américas, e Laércio Albuquerque, presidente da Cisco do Brasil.