Digitalização exige nova forma de trabalho
A digitalização já mudou a forma de trabalhar. Ou deveria. Como defendeu o presidente da agência de seguridade social da Bélgica, Frank Van Massenhove, durante a Semana da Inovação 2017, realizada de 16 a 19 de outubro, as organizações obrigatoriamente terão que mudar a relação de trabalho. Ou não conseguirão atrair funcionários.
“As mudanças foram necessárias para conseguirmos atrair pessoas para trabalhar conosco. Por que alguém trabalharia em um dos piores ministérios no hemisfério norte? Resolvemos mudar completamente. Não iríamos mais dizer quando, onde e como trabalhar. Só vamos falar de resultados. Podem trabalhar quando e onde quiser, mas só importam resultados”, conta.
A agência aplicou a receita ao verificar que 92% do trabalho poderia ser feito em qualquer lugar, como de casa. No caso belga, a mudança foi puxada por uma perspectiva particular – a falta de mão de obra. Já em 2020, a reposição da força de trabalho será apenas 60% da necessária. Na guerra por talentos, quem não mudar vai encolher. “Se antes havia mais candidatos que empregos, no futuro, o empregado vai escolher onde trabalhar”, acredita Van Massenhove.
Nessa lógica, ele defende que a cultura corporativa vai precisar ser adaptada à cultura dos ‘millenials’, porque serão deles que as empresas vão depender. Pessoas que esperam que o trabalho tenha, no mínimo, as ferramentas que eles têm em casa. E acostumadas a produzir a qualquer hora, em qualquer lugar, com qualquer dispositivo.
“As pessoas estão constantemente inovando, especialmente se não houver um chefe. É que as pessoas evitam apresentar suas ideias quando tem um gerente próximo, o cara que pode demitir, ou negar uma promoção. Em oito anos, a nossa produtividade cresceu 83%. Porque? Por que as pessoas estão fazendo seu trabalho.” Assistam a entrevista com Frank Van Massenhove à CDTV, do portal Convergência Digital.