Economia decide liquidar a CEITEC, mas MCTI quer preservar patentes geradas
O Ministério da Economia decidiu não mais privatizar, mas, sim, liquidar a CEITEC, criada no governo Lula para ser a estatal indutora de uma indústria nacional de microeletrônica. Os responsáveis pelo projeto de privatização sustentaram em reunião do Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos, nesta terça-feira, 10/06, que a decisão era a de recomendar a liquidação da estatal de chips por falta de interessados. A venda estava articulada para o começo de 2021.
Ao Jornal do Comércio, de Porto Alegre, um dos fundadores e articuladores da CEITEC, engenheiro e professor, Adão Villaverde, diz que a decisão ‘é uma punhalada na estratégia da indústria 4.0 no Brasil’. Fato é que a CEITEC – que importou mestres, doutores e especialistas brasileiros que estavam atuando em outros países- não têm dado lucro há anos. O orçamento da estatal é de R$ 86 milhões e o faturamento fica, em torno, de R$ 15 milhões.
À reportagem, o secretário-executivo do, agora, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovavção, Julio Semeghini, diz que há a intenção de transformar a CEITEC em uma Organização Social (OS) e, assim, preservar parte dos talentos – mestres, doutores e especialistas – e dos ativos, especialmente os intangíveis, como as patentes geradas nos últimos anos. A proposta é transferir isso para o ministério.
“A liquidação não será feita de qualquer forma. Não queremos ter uma interrupção nos projetos da Ceitec e se houver interessados em absorver a parte que não fará parte da OS, queremos que essa empresa mantenha essa produção industrial no País”, completou Semeghini.