Inovação

Estatais de TI querem parceria com nuvens públicas

O Serpro e a Dataprev vão prover serviços na nuvem para o governo federal, de forma conjunta, e também em parceria com provedores de mercado de nuvens públicas. Os dois órgãos têm pressa em preparar suas respectivas infraestruturas a tempo de atender ao chamamento do Ministério do Planejamento, que já realizou audiência pública e está bem perto de lançar um edital para contratação de serviços de nuvem pública.

A ideia do Serpro e da Dataprev é atuar – a quatro mãos –   em um novo conceito que chega ao mercado nacional: o de broker, voltado ao gerenciamento de cargas de trabalho em ambientes variados na nuvem. As estatais assumem a responsabilidade pela orquestração do serviço, integrando as nuvens privadas dos órgãos com as nuvens públicas que serão licitadas.

“O Serpro vem investindo em nuvem há algum tempo e tem atuado em duas frentes. A primeira é a oferta de nuvem pública na modalidade de infraestrutura como serviço (IaaS). A segunda frente se refere à plataforma como serviço (PaaS), por enquanto restrita ao ambiente interno. Estamos convergindo essas duas ofertas em um novo produto denominado Estaleiro. Trata-se de uma solução PaaS – com banco de dados, contêiner, storage como serviço –  com orquestração OpenStack – plataforma de código aberto para hospedagem e gerenciamento de serviços de nuvem”, afirma Iran Porto Júnior, diretor de Operações do Serpro.

O OpenStack é a base da arquitetura da oferta IaaS e do Estaleiro. Mas está previsto, ainda, um conjunto de soluções de código livre como o Docker, referente à conteinerização, que padroniza a infraestrutura. Os contêineres são uma maneira de empacotar o software em um formato que pode ser isolado em um sistema operacional compartilhado.

Outro software livre adotado na PaaS Estaleiro é o kubernetes, responsável pela orquestração dos contêineres. A ideia é que o contêiner funcione com Java, código Python – linguagem de programação de alto nível – e a aplicação do desenvolvedor. Essa arquitetura viabiliza o conceito de DevOps, conjunto de práticas de desenvolvimento de software que explora a comunicação, a colaboração e a integração entre desenvolvedores de software e outros profissionais de TI. Com o DevOps, as equipes de infraestrutura e desenvolvimento atuam de forma integrada. “No contêiner estão encapsuladas as configurações de infraestrutura e de código da aplicação. Trata-se de uma implementação plena de DevOps, que dispensa a necessidade de estabelecer configurações distintas para os times de infraestrutura e de desenvolvimento”, explica Porto.


Um projeto de desenvolvimento dentro de um ambiente do Estaleiro já apresenta o conceito de entrega contínua. Desde o início, com o desenvolvimento em um repositório de código, é possível fazer todo o processamento de análise de vulnerabilidade, de segurança e de bug até a própria disponibilização da aplicação no ambiente. “É o conceito de uma esteira produtiva completa com autosserviço para o desenvolvedor”, resume Porto.

O Estaleiro vai permitir um conjunto de soluções: ambiente para adicionar aplicações Python, PHP e Java; modelo de serviço de banco de dados; serviços de software defined storage, para o desenvolvedor criar um ambiente de armazenamento como o S3 da Amazon; serviços de rede e de segurança, tudo orquestrado via OpenStack.

Os serviços de computação na nuvem nas modalidades de software (SaaS) e hardware (IaaS) já estão no portfólio do Serpro. São produtos e serviços padronizados ou com baixo grau de personalização, focados na disponibilização de recursos tecnológicos para comercialização em massa. O serviço IaaS inclui recursos computacionais, complementados por capacidades de armazenamento e rede, hospedados pelo Serpro e oferecidos sob demanda.

“IaaS é um produto consolidado do Serpro ofertado a mais de 50 clientes. Entre os que já degustaram, estão o Superior Tribunal Militar (STM), o Conselho Nacional de Justiça, o Conselho Federal de Psicologia e a Embratur. Na lista de  contratos vigentes, estão a Central de Recebíveis, a Subsecretaria de planejamento do Ministério da Fazenda, o Ministério do planejamento e a Fundação de Previdência Complementar do Tesouro público”, detalha Porto.

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