Huawei se prepara para ser fornecedor de nuvem pública do governo
Amparada pela experiência acumulada em seu país de origem, a China, Huawei quer se tornar um dos principais fornecedores de cloud computing do governo brasileiro. Para isso, o vice-presidente de relações governamentais e comunicações da companhia, Liu Wei, está há cerca de um ano e meio em Brasília, onde tem sido o responsável por apresentar as inovações da empresa aos diferentes ministérios.
Otimista, o executivo afirma que os primeiros contratos locais devem ser anunciados em breve. “Estamos muito próximos disso e devemos anunciar nosso primeiro contrato aqui em novembro”, revela. Wei reconhece que a computação em nuvem enfrentou inicialmente, junto ao setor público, os mesmos desafios que o setor privado, principalmente a comprovação de sua segurança e qualidade.
Como em outros locais do mundo, a desconfiança em relação à segurança começa a ser superada e os responsáveis pelas estruturas de TI do governo começam a prestar atenção a outro fator: custos. Para Wei, este deverá ser o principal motivador para que o governo brasileiro aposte em computação em nuvem.
Para comprovar sua teoria, o executivo parte de uma conta simples: o País tem hoje 22 ministérios, duas secretárias e quatro órgãos equivalentes a ministérios. Os dados, sistemas e informações gerados por esta estrutura estão espalhados por quase uma centena de data centers.
“Só por aí se vê a necessidade de se adotar estruturas mais e centralizadas”, afirma, lembrando que muitos dos investimentos feitos nestas estruturas são duplicados. Além disso, o gerenciamento destes data centers tende a se tronar cada vez mais complexo, exigindo mais e mais recursos para mantê-los.
“A migração não é necessária apenas do ponto de vista técnico, mas do ponto de vista financeiro. O governo precisa reduzir gastos com tecnologia”, prevê. Liu Wei acredita que há maturidade para que essa transformação se inicie, mas ressalta que ela exige tempo e deve ser realizada passo a passo.
Estrutura local
Para conquistar espeço junto ao setor público brasileiro, a Huawei aposta em alguns pilares bastante sólidos, como a experiência, adquirida principalmente em projetos realizados para governos na China e na Europa; e o fato de contar com uma estrutura local, desenvolvida em parceria com a Vivo.
“Construímos uma estrutura e um portfólio no Brasil e para o Brasil, que incluiu também a criação de todo um ecossistema capaz de atender às mais diversas demandas”, diz. A estrutura local, aliás, é um diferencial que vem sendo buscado pelo mercado, uma vez que garante atendimento à legislação local, menor latência no acesso a dados e sistemas e, também, cobrança em Reais.