Inovação

IA do Google supera médicos em diagnósticos por imagens

Segundo revista Nature, IA se saiu melhor ao avaliar doenças de pele, eletrocardiogramas e exames em PDF

Uma versão aprimorada do chatbot médico do Google consegue utilizar fotos de smartphones para diagnosticar erupções cutâneas e avaliar diversos outros tipos de imagens médicas, com desempenho melhor que profissionais reais na interpretação de exames como eletrocardiogramas e resultados laboratoriais em formato PDF.

Segundo divulgado pela revista Nature, dos EUA, uma versão anterior desse sistema de inteligência artificial já havia superado médicos humanos tanto na precisão diagnóstica quanto no atendimento ao paciente.

O sistema, chamado Articulate Medical Intelligence Explorer (AMIE), é uma evolução do modelo Gemini 2.0 Flash, do Google, adaptado para processar informações clínicas e imagens médicas. Em testes simulados com 25 atores representando pacientes em 105 cenários distintos, o AMIE não apenas igualou, mas superou clínicos gerais humanos em precisão diagnóstica – especialmente ao analisar fotos de lesões de pele e documentos como PDFs de exames.

Para aprimorar o AMIE, os pesquisadores do Google DeepMind criaram um algoritmo que simula consultas médicas completas – com o modelo atuando alternadamente como paciente, médico e avaliador. “Isso permite ‘ensinar’ ao sistema os comportamentos ideais em uma conversa diagnóstica”, explicou Ryutaro Tanno, coautor do estudo e cientista do Google DeepMind em Londres.

O resultado foi um assistente virtual menos suscetível a erros causados por imagens de baixa qualidade e capaz de sugerir tratamentos com base em raciocínio clínico estruturado. Em avaliações cegas conduzidas por 18 especialistas (entre dermatologistas, cardiologistas e clínicos), o AMIE obteve pontuações consistentemente mais altas que as dos médicos humanos.


Apesar do desempenho promissor, o AMIE permanece em fase experimental. Restrições éticas e regulatórias ainda impedem seu uso em situações reais. Em março, um sistema semelhante da OpenAI já havia demonstrado habilidade para descrever raios-X.

Botão Voltar ao topo