Inovação

INPE compra máquina por R$ 3,7 milhões para desligar supercomputador Tupã

A diferença de custo é gritante, mesmo com o avanço da tecnologia nos últimos 11 anos. Em 2010, o supercomputador Tupã custou US$ 23 milhões e chegou a ser o 29° equipamento mais potente do mundo, sendo capaz de fazer 258 trilhões de cálculos por segundo.  Em 2021, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) depois de ameaçar o desligamento da máquina por falta de dinheiro, informa que comprou uma nova máquina, em junho, pelo valor de US$ 729 mil, ou R$ 3,7 milhões. O equipamento será entregue em um prazo de 50 a 60 dias, afirmou o diretor do INPE, Clézio di Nardin.

O INPE assegura que o Tupã tinha um custo muito alto- quase R$ 5 milhões em energia por ano para funcionamento e resfriamento. Instalado em Cachoeira Paulista, no interior de São Paulo, o supercomputador está em atividade desde 2010 e é nele que as equipes do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (Cptec) fazem os relatórios sobre a estiagem no Brasil.

Com o alerta de crise hídrica, os documentos são entregues semanalmente ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Sem os dados, o governo ficaria às cegas quanto à gestão do problema. A decisão de comprar uma máquina menor foi criticada pelo coordenador-geral de Ciências da Terra do Inpe, Gilvan Sampaio de Oliveira.

Ele afirmou em comissão da Câmara dos Deputados, que os novos equipamentos não apresentam o mesmo desempenho do supercomputador. De acordo com Oliveira, uma máquina menos potente foi adquirida em 2018 e já vem sendo usada pelo instituto. O novo computador adquirido pelo Inpe com recursos do PNUD, porém, também seria um equipamento de menor capacidade em comparação ao atual Tupã.

“Tanto a máquina que adquirimos em 2018, quanto essa máquina que vem agora com recursos do PNUD, através no MCTI para aprimorar os modelos numéricos, são paliativos”, firmou Oliveira. “O que nós realmente precisamos é de recursos para adquirir uma máquina de grande porte, que permitirá que avancemos mais rapidamente em todo o sistema nacional de meteorologia”, adicionou o especialista.


*Com informações de agências de notícias e do portal G1

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