Inovação

Mapa mostra que 60% da economia de plataformas está nos EUA e China

Em um estudo intitulado “Viagens de descobrimento: mapeando a geografia da economia de plataformas”, por meio de técnicas de linguagem de processamento natural, pesquisadores brasileiros identificaram 3.147 empresas em todo o mundo relacionadas às plataformas digitais. Assim, conseguiram elaborar este mapa mundial localizando em nível de países e cidades essas empresas.

O trabalho é de Victo Silva, da Universidade Estadual de Campinas (DPCT/UNICAMP), Tulio Chiarini, do CTS/Ipea, e Leonardo da Costa Ribeiro, do Cedeplar/UFMG, contemplado em segundo lugar no Prêmio de Artigo em Economia Industrial e Inovação do VI Encontro Nacional de Economia Industrial e Inovação. 

As evidências mostram uma concentração geográfica de empresas de plataforma nos EUA (27%) e na China (32%), o que corrobora a liderança desses países na corrida global da economia digital. O mapa também permite identificar uma distribuição desigual dentro desses dois países.

As empresas de plataforma da China se concentram no leste do país, onde apenas seis cidades (Hangzhou, Xangai, Shenzhen, Guangzhou, Shen Zhen e Zhuhai) concentram 38% das empresas de plataforma chinesas. Shenzhen é, em todo o globo, a cidade com mais empresas de plataforma, seguida por Pequim. Xangai apresenta-se na quinta posição mundial.

As empresas de plataforma estadunidenses estão localizadas nas costas leste e oeste, e sua densidade é muito menor na parte central do país. A aglomeração está principalmente na Califórnia, onde algumas cidades concentram 17% das empresas de plataforma (como San Francisco, Los Angeles, Irvine, Sunnyvale, Santa Clara, San Diego e Palo Alto) e no polígono Boston-Nova York-Baltimore cuja concentração chega a 12%. Nova York é a cidade dos EUA com mais empresas de plataforma e ocupa o quarto lugar no ranking global.


Embora a China e os EUA sejam os dois países com mais empresas de plataformas no mundo, o mapa também revela outros países com alta concentração: Grã-Bretanha (que possui uma distribuição geográfica relativamente mais igualitária de plataformas se comparado a outros países), Japão (sobretudo na região metropolitana de Tóquio), Coreia do Sul (região metropolitana de Seul), Austrália (principalmente em Sydney e Melbourne) e Canadá (especialmente nas áreas de Vancouver e Toronto). Em menor grau, também é possível observar a presença desse tipo empresa em outros países europeus, como Suécia, França, Holanda, Itália e Dinamarca.

O mapa também revela vazios geográficos na economia digital, principalmente no sul global. Não obstante, há nessas áreas centros relativamente dinâmicos, como Bangkok (Tailândia), São Paulo (Brasil), Teerã (Irã) e Nairóbi (Quênia), onde observa-se a presença (tímida) de empresas de plataforma. Na Índia, Mumbai e Bangalore se destacam. Mais investigações são necessárias, a partir de outras bases de dados, para construir um panorama mais completo do sul global que pode estar sub-representado.

Observando o mapa é ainda possível notar que países comumente conhecidos como “paraísos fiscais” concentram 10,2% das empresas de plataforma do mundo. As Ilhas Cayman, por exemplo, ocupam a terceira posição mundial, atrás apenas da China e dos EUA. Georgetown (capital das Ilhas Cayman) é a terceira cidade do mundo com o maior número dessas empresas.

* Com informações do IPEA

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