Meio de pagamentos: BC barrou WhatsApp para preservar competição no longo prazo
O diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução do Banco Central, João Manoel de Mello, afirmou nesta quinta, 17/9, que a decisão cautelar tomada pela autarquia em relação à entrada do WhatsApp em pagamentos no país, que acabou barrada, contemplou preocupações sobre a atuação de big techs na área e os desafios regulatórios que são impostos com isso.
“Lógica foi essa, não é impedir ninguém, não é proteger ninguém, proteger PIX, não é proteger banco grande, muito pelo contrário”, disse ele, em live promovida pelo BTG Pactual em parceria com a PUC-RJ. O diretor defendeu que qualquer entrada competitiva é bem-vinda, mas que o regulador tem que garantir justamente essa condição com alguma similitude regulatória.
“Quando você fala em proteger a competição, talvez não seja a competição mês que vem, no ano que vem, mas é a competição que é nosso mandato, no longo prazo. A gente precisa pensar no que vai acontecer em cinco, dez anos, acho até que vai ser mais rapidamente”, afirmou.
Após um debate sobre os riscos ao sistema financeiro com o advento de novas tecnologias e aceleração do processo de digitalização, Mello pontuou que o risco cibernético é o que lhe “tira o sono”, frisando que essa é sim uma preocupação do BC e que segue no radar da autoridade monetária.
* Com informações da Reuters