Reino Unido alerta para concentração de mercado em inteligência artificial
O domínio das grandes tecnologias no mercado de inteligência artificial (IA) em rápido desenvolvimento é uma questão de “verdadeira preocupação”, alertou a Autoridade de Concorrência e Mercados (CMA) do Reino Unido.
Essa preocupação faz parte da análise do regulador britânico sobre os chamados modelos fundacionais, ou grande modelos de linguagem, como o ChatGPT.
A CMA aponta para uma “teia interconectada” de parcerias de IA envolvendo as mesmas empresas: Google, Apple, Microsoft, Meta, Amazon e fabricante de chips Nvidia.
“Quando começamos este trabalho, estávamos curiosos. Agora, com uma compreensão mais profunda e tendo observado os desenvolvimentos de muito perto, temos preocupações reais”, disse Sarah Cardell, presidente-executiva da CMA.
“O desafio essencial que enfrentamos é como aproveitar esta tecnologia imensamente excitante para o benefício de todos, salvaguardando ao mesmo tempo contra a potencial exploração do poder de mercado e consequências não intencionais.”
A CMA afirmou que um pequeno número de empresas tecnológicas estabelecidas – já poderosas nos mercados digitais mais importantes – agora assumem também a liderança nos modelos fundacionais.
As grandes empresas tecnológicas têm posições fortes em termos de poder computacional e têm acesso a funcionários qualificados, disse a CMA, e podem influenciar o acesso ao mercado através de aplicações e plataformas.
Isto poderia ter um impacto profundo na concorrência leal, “em última análise, prejudicando as empresas e os consumidores, por exemplo, através da redução da escolha, da qualidade inferior e dos preços mais elevados, bem como prejudicando o fluxo de inovação potencialmente sem precedentes e os benefícios económicos mais amplos da IA”, argumentou a CMA.
A CMA disse que queria aprender com experiências anteriores em mercados digitais onde a dinâmica de “o vencedor leva tudo” levou ao surgimento de um pequeno número de plataformas poderosas.
Um estudo da CMA encontrou mais de 90 investimentos e parcerias interligadas envolvendo o mesmo pequeno número de gigantes da tecnologia. O órgão já tem investigação específica sobre a parceria da Microsoft com a OpenAI.
Embora reconheça “a enorme riqueza de recursos, conhecimentos e capacidade de inovação que estas grandes empresas podem utilizar”, o órgão sustenta que elas não devem “isolar” as empresas poderosas da concorrência.
* Com inormações a BBC