Singularity University: “O que se faz hoje não fará nenhum sentido na próxima década”
Em 2050, o mundo abrigará 9 bilhões de pessoas, mas o maior salto será antes: até 2030 as estimativas apontam que seremos 8,5 bilhões de seres humanos. A primeira lacuna que os habitantes da Terra enfrentarão é de alimentos, uma vez que a demanda aumentará. “Precisaremos de terras do tamanho de duas Índias; e nós não temos isso”, proferiu Paul D. Roberts, diretor de inovação e estratégias da Singularity University, ao participar da Abes Software Conference 2019, realizada nesta segunda-feira, 14/10, em São Paulo.
Roberts usou as projeções sobre a possibilidade de falta de alimentos para apontar como o avanço da tecnologia é primordial para resolver os problemas do futuro. Ele falou sobre novas técnicas de manipulação de DNA para produzir leite sem vaca e carnes de origem não-animal. Estamos, segundo ele, diante de um avanço de tecnologias que mudaram completamente a maneira de as pessoas viverem. Como exemplo, citou que caminhamos na direção do sexto paradigma do crescimento exponencial, tanto no que se refere a GPU, TPU, IPU, Thinker, computação em nuvem e edger computing quanto a neuromorphic computing (computação neuromórfica), que é a computação – computing base of the, domino computing e computação quântica.
“Na década de 2030, com US$ 100 poderá se comprar poder computacional equivalente ao cérebro humano. Sentimos que as coisas estão acontecendo mais rapidamente, e é verdade, mas estamos apenas no começo desta jornada”, ressaltou. Diante disso, o conselho dele é que as empresas comecem a pensar exponencialmente, porque “as coisas que estão inventando hoje não serão importantes no futuro”.
Ainda que não exista uma formula única, o diretor de inovação e estratégias da Singularity University destacou que, assim que algo é digitalizado, ele passa a poder ter um crescimento exponencial. São seis “Ds”, explicou, citando (em inglês), digitalize, deceptive, disruptive, dematerialize, demonetize e democratize. “Comece se perguntando quem são seus competidores e quem não estará mais recebendo dinheiro quando algo for digitalizado”, disse.
A maior digitalização tem como pano de fundo o barateamento, ano após ano, dos sensores; a expansão da adoção de internet das coisas; a entrada proximamente de 5G e, dentro de dez anos, de 6G, levando a comunicação para todos os lugares, com latência zero, avanço de redes mesh e maior número de satélites e microssatélites. “Digitalizar muda o mundo”, disse. “E a principal coisa que você pode fazer é não planejar o futuro com a visão do presente”, aconselhou Paul Roberts. Assistam a entrevista.