Vale do Silício cria lobby de US$ 100 milhões contra regras para inteligência artificial

Empresas de tecnologia e investidores do Vale do Silício estão destinando mais de US$ 100 milhões (R$ 540 milhões) à criação de uma rede de comitês de ação política (PACs) e organizações voltadas a influenciar a regulação da inteligência artificial (IA) nos Estados Unidos. A informação foi divulgada pelo Wall Street Journal nesta segunda, 25/8.

O movimento é liderado pela gestora de capital de risco Andreessen Horowitz e por Greg Brockman, presidente da OpenAI, que estão à frente da formação e do financiamento do super-PAC Leading the Future, dedicado a temas de IA.

A estratégia do grupo envolve uso de doações de campanha e publicidade digital para apoiar candidatos alinhados às suas propostas e enfrentar aqueles considerados obstáculos ao crescimento do setor. Embora não defenda a desregulamentação total, a iniciativa busca “limites razoáveis” para a regulação da tecnologia.

Inicialmente, o grupo deve atuar em Nova York, Califórnia, Illinois e Ohio, estados identificados como estratégicos no debate sobre políticas de IA. Entre os apoiadores estão a startup de busca Perplexity AI e o investidor-anjo Ron Conway. O lançamento da campanha está previsto ainda para este ano.

O movimento ocorre após o anúncio do plano de ação em IA do presidente Donald Trump, em julho de 2025, que tem como objetivo consolidar os EUA como potência global no setor e liderar a chamada “4ª Revolução Industrial”.

Na mesma direção, os irmãos Winklevoss, fundadores da corretora de criptoativos Gemini, doaram US$ 21 milhões em Bitcoin a um novo PAC que apoia a proposta de Trump de transformar os EUA na “capital mundial das criptomoedas”.

O Leading the Future pretende seguir os passos da rede Fairshake, super-PAC focado em criptomoedas que exerceu forte influência nas eleições dos EUA no ano passado. Trata-se de uma das primeiras organizações desse tipo voltadas exclusivamente à política de IA.