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Ação de guerra rompe cabo submarino e afeta Internet na Finlândia, Suécia e Alemanha

No Brasil, o presidente da Anatel, Carlos Baigorri, já alertou para o risco aos cabos submarinos de Fortaleza.

Um cabo submarino de comunicação de fibra óptica que liga a Finlândia à Alemanha pelo leito do mar Báltico parou de funcionar e pode ter sido cortado por uma “força externa”, informou a empresa finlandesa de segurança cibernética e de redes de telecomunicações Cinia.

Segundo o diretor-executivo da Cinia, Ari-Jussi Knaapila, investigadores finlandeses suspeitam que o cabo C-Lion1 de 1.200 quilômetros que atravessa o Mar Báltico da capital finlandesa Helsinque até o porto alemão de Rostock tenha sido cortado por uma “força externa”, embora uma inspeção física ainda não tenha sido realizada. O cabo C-Lion1, comissionado em 2016, é o único cabo de comunicação submarino que vai do país nórdico à Europa central.

A Companhia Finlandesa de Radiodifusão (YLE) citou o chefe de comunicações do Centro Nacional Finlandês de Segurança Cibernética Traficom, Samuli Bergström, confirmou o problema. “Os motivos estão sob investigação. Perturbações ocorrem de tempos em tempos, e podem haver vários motivos.

Por exemplo, elas são suscetíveis ao clima e danos causados pelo transporte. O essencial é que os problemas sejam identificados e medidas corretivas sejam tomadas”, disse Bergström. Segundo ele, como há outras conexões, o cidadão finlandês não vai sentir impacto no acesso à Internet.

Os governos finlandês e alemão expressaram preocupação com a segurança de suas infraestruturas críticas. “A segurança europeia não está apenas ameaçada pela guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia, mas também pela guerra híbrida [levada a cabo] por atores mal intencionados”, disseram os Ministérios do Exterior das duas nações em declaração conjunta. O diretor-executivo da Cinia disse que o dano ocorreu perto da ponta sul da ilha sueca de Oland e deve levar de cinco a 15 dias para ser consertado.


Eventos semelhantes em anos recentes

Em março deste ano, danos aos cabos submarinos no Mar Vermelho causaram interrupções significativas nas redes de telecomunicações e internet, levando os provedores a redirecionar uma parte substancial do tráfego entre Ásia, Europa e Oriente Médio. Houve, à época, especulação que o rompimento foi provocado por sabotagem por parte rebeldes houthis do Iêmen. Foram mais de 30 dias para a recuperação da conexão.

Em outubro de 2023, a Suécia relatou que um cabo submarino com a Estônia havia sido danificado. Tanto a Finlândia quanto a Suécia se juntaram à Otan após a invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022, abandonando a neutralidade adotada pelas duas nações durante a Guerra Fria.

Aqui no Brasil, há uma concentração dos cabos submarinos, em Fortaleza, na Praia do Futuro. O presidente da Anatel, Carlos Baigorri, ressaltou a necessidade de garantir proteção física das infraestruturas críticas, especialmente dos cabos submarinos que conectam o Brasil – e boa parte da América do Sul – ao resto do mundo.

“Hoje, a infraestrutura mais crítica que existe hoje no Brasil é na praia do Futuro. Se cair uma bomba ali, Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai ficam sem internet. E se você for lá ver esse lugar mais crítico de toda a América do Sul, o que existe é um boteco em cima. Então a gente precisa proteger essa infraestrutura crítica”, afirmou.

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