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Acesso à Internet: Zero rating faz a diferença nas classes D e E

TIC Domicílios 2025 revelou que 39% dos entrevistados, a maioria usuários de planos pré-pagos, ficou sem pacote de dados antes do prazo nos últimos três meses. Os aplicativos patrocinados foram os mais utilizados.

A pesquisa TIC Domicílios 2025 divulgada nesta terça-feira, 9, investigou o limite ao uso da Internet devido a restrições de alguns planos de dados para celular. Aproximadamente 64 milhões de brasileiros, que representam 39% das pessoas que têm telefone celular, afirmaram que seu pacote de dados acabou, ao menos uma vez nos últimos três meses.

Os dados da pesquisa foram coletados entre março a agosto deste ano. O problema afeta em maiores proporções os usuários de planos pré-pagos, modalidade mais comum entre a população de baixa renda (61% das pessoas nas classes D e E que possuem telefone celular têm essa modalidade de plano).

Entre as pessoas que passaram por essa situação, 41% só conseguiram usar aplicativos específicos (como aqueles aplicativos patrocinados) e 39% ficaram sem acesso a aplicativos que costumavam usar.

O coordenador d pesquisa, Fabio Storino, ressalta que não basta o usuário vencer a barreira da não-conexão, aspectos relativos à conexão, como a qualidade do acesso e o dispositivo importam na percepção dos benefícios do uso da internet. A conectividade significativa engloba a acessibilidade financeira — custo da conexão domiciliar e plano de celular —, o acesso a dispositivos, considerando os dispositivos per capita, se há computador no domicílio e o uso diversificado de aparelhos; a qualidade da conexão, incluindo o tipo de conexão domiciliar e a velocidade dela; e o ambiente de uso, como a frequência de uso da Internet e locais de uso diversificados.

“Enquanto temos 85% da população sendo usuária de internet, ou seja, que venceu a barreira de estar conectada, apenas 20% está na faixa mais alta das condições de qualidade de acesso. A boa notícia é que tem diminuído a proporção que está na faixa mais baixa de conectividade significativa e a má notícia é que, entre as faixas mais altas, o cenário é de estabilidade”, pondera Storino.


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