Brasil quer mais tempo para negociar domínio .amazon com gigante americana
O Ministério das Relações Exteriores, com apoio do Comitê Gestor da Internet no Brasil, encaminhou à ICANN um pedido formal para que seja adiada a implementação do endereço .amazon em nome da gigante de vendas online Amazon. A disputa pelo DNS vem desde 2012, mas a corporação dos nomes e números da internet ameaça conceder o endereço à empresa americana a partir do mês que vem, março deste 2019.
A ICANN, que administra os endereços na internet, começou a conceder o uso do domínio .amazon para a empresa há sete anos, mas a medida foi bloqueada a partir de recursos dos países da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica – Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela.
Com idas e vindas ao longo dos anos, a ICANN alega que não há mais o que recorrer e mesmo sem acordo pretende confirmar o domínio à Amazon. O Brasil, principal pressão contra a medida, chegou a convidar a ICANN para uma reunião por vídeo conferência no último 19/2, sem sucesso.
“Uma posição conjunta [da OTCA] seria apresentada pela primeira vez na videoconferência. No entanto, devido às circunstâncias políticas que prevalecem na região Amazônica, as quais estou seguro que todos conhecem, isso teria que ser feito pelos estados membros diretamente, não pelo secretariado da OTCA”, argumenta o Itamaraty ao pedir mais tempo. O novo prazo seria até a próxima reunião da ICANN, entre 22 e 24/3.
O adiamento tem apoio do CGI.br, que divulgou nota sobre o tema: “Tendo em vista que ainda há espaço para diálogo entre a ICANN, os países amazônicos e a empresa Amazon, com o objetivo de auxiliar as partes envolvidas a alcançarem uma solução mutuamente acordada, vem a público endossar a solicitação feita pelo governo brasileiro em sua carta ao Conselho Diretor da ICANN (…) com vistas a permitir que os oito países amazônicos e a empresa Amazon encontrem uma solução mutuamente aceitável”.