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Internet

Coronavírus: Consumo de internet aumenta durante o dia, Rio e BH apresentam problemas

A epidemia de coronavírus ainda não alterou significativamente o padrão de consumo de internet entre os brasileiros, mas o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) já identifica aumento de tráfego durante o dia, embora o pico de utilização continue às 22h. Os sinais mais preocupantes vêm do Rio de Janeiro e de Belo Horizonte, onde o crescimento na perda de pacotes pode sinalizar que as redes estão com dificuldades de suportar o aumento na demanda. 

“O que está mudando é o uso durante o dia, que tem subido mais do que o normal. Mas o pico ainda se mantém por volta das 22h. Ainda é cedo para conclusões definitivas e estamos acompanhando. Não é de se esperar que o uso por quem está em teletrabalho seja muito diferente do que seria no escritório, mas as crianças estão em casa”, aponta o diretor de Projetos Especiais e de Desenvolvimento do NIC.br, Milton Kaoru Kashiwakura. 

Segundo ele, o sinal menos favorável neste momento vem do Rio e de BH. “Por enquanto, pode ser apenas um problema pontual. Mas no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte há uma quantidade maior de perda de pacotes, algo que não vemos acontecer em São Paulo ou Brasília, por exemplo. Se isso se mantiver nos próximos dias é sinal de que está faltando banda”, revela. 

O diretor do NIC.br ressalta que o país já vem apresentando um forte crescimento no uso da internet nos últimos meses, mesmo antes da epidemia da Covid-19, o que em si já sinalizava a necessidade de preparação dos prestadores de conexão. “No fim do ano passado estávamos com tráfego em 8 Tbps diários. Em janeiro chegamos a 9 Tbps. E devemos bater o recorde de 10 Tbps nos próximos dias, provavelmente ainda nesta semana. Portanto, estamos vindo numa crescente importante, da ordem de 25%, nos últimos meses.”

Esse movimento vem acompanhado de um dado positivo: uma maior distribuição do tráfego. “O bom é que vemos crescimento no Rio, em Fortaleza. Estamos investindo também em Manaus. É importante que os provedores tenham conteúdo mais próximo”, completa Kashiwakura.


O que merece atenção, ressalta, é a capilaridade. “Não temos problema de banda total. As regiões que já consomem 25, 30 Mbps provavelmente não sentirão diferença. Mas onde o padrão é de 5 a 10 Mbps pode sentir. Bairros que já não são muito bem atendidos, nas extremidades, pode ter problemas. É o caso da zona sul de São Paulo, onde a internet é de baixa velocidade.”

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