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Covid-19 empurrou 42 milhões no Brasil para o teletrabalho

A pandemia de coronavírus empurrou 42 milhões de brasileiros para o trabalho remoto, segundo aponta a 4ª edição da pesquisa TIC Covid-19, divulgada nesta terça, 5/4, pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br).

De um total estimado em 137 milhões de pessoas com mais de 16 anos que usam a internet com frequência no país, 38%, ou 52 milhões, passaram a alguma modalidade de teletrabalho – sendo que 8 em cada 10 foi obrigado a fazer esse movimento justamente por conta da pandemia. 

Isso não se deu de forma homogênea. Trabalho remoto se mostra diretamente relacionado ao grupo de maior renda e escolaridade: 66% da classe AB, 61% com curso superior, enquanto na classe DE só 16% passou ao teletrabalho – percentual é de 19% daqueles com ensino fundamental. Na classe C, 33% pode migrar para o trabalho à distância. 

Os percentuais mais altos de atividade remota entre as classes C e DE estão ligados à educação (65% e 66%, respectivamente), sendo que nesse campo também os mais ricos foram ainda mais intensamente para a versão online: 93% da classe AB acompanhou aulas pela internet. 

E tanto para trabalhar como estudar, o dispositivo usado marca a distinção na pirâmide econômica. “As condições para o teletrabalho permanecem desiguais entre as classes sociais. Enquanto entre os usuários das classes AB o principal dispositivo usado para trabalhar remotamente foi o computador, o telefone celular foi o mais adotado nas classes DE.”


“A pesquisa revelou, ainda, a origem do computador usado para trabalhar a distância: a maioria que usou um computador para trabalhar remotamente já possuía esse dispositivo (47%). No entanto, enquanto os usuários das classes AB compraram um computador durante a pandemia em maior proporção, nas classes C e DE as principais alternativas foram equipamentos emprestados de amigos e familiares ou doados, respectivamente.”

Ademais, o contexto da pesquisa é de que 77% dos usuários da classe DE acessam a internet exclusivamente pelo celular, percentual que é de 44% na classe C e apenas 7% na AB. No geral, 64% dos que estudaram de forma remota na classe DE o fez pelo celular; percentual que é de 46% na classe C. Por outro lado79% da classe AB usaram computador. Além disso, a TIC Covid-19 indica que 21% dos mais pobres (DE) tiveram que comprar um celular por conta da pandemia. 

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