Dados subdimensionam pequenos provedores, que teriam 41% da banda larga fixa
O cruzamento de dados da Anatel com informações de outros levantamentos, especialmente do CGI.br, além de Google e Netflix, sugerem que a presença dos pequenos provedores de conexão é muito maior do que a indicada pelos números oficiais. Nessa leitura, mais de 11 milhões de acessos não estariam sendo contabilizados e com eles os pequenos reuniriam cerca de 17,5 milhões de cliente – ou 41% do mercado total.
Como apresentou a Abrint durante o seminário Conecta Brasil, realizado nesta sexta, 28/9, na Anatel, várias são as indicações de que os números oficiais da agência estão subdimensionados. De começo, das mais de 9 mil empresas de SCM registradas na Anatel, apenas 4 mil efetivamente alimentam o Sistema de Coleta de Informações (SICI). E é a partir disso que a agência indica que dos 30,5 milhões de conexões fixas à internet no país, 5,6 milhões estão com provedores com menos de 50 mil clientes. Ou 18,4% do total.
“Comparamos esses dados com as pesquisas TIC Domicílios, TIC Empresas, e TIC Governo, do Cetic.br, do CGI.br. E segundo elas, são 42 milhões de acessos em banda larga fixa no Brasil. Ou seja, enquanto para a Anatel 43,9% dos domicílios têm internet no país, para o CGI.br são 61%. Isso sugere que há cerca de 11,8 milhões de conexões que não estão no sistema da Anatel. Como é difícil imaginar que as grandes empresas não estejam informando adequadamente seus dados, podemos supor que os provedores regionais têm na verdade 17,5 milhões de acessos”, afirma o presidente da Abrint, Basílio Perez.
Ainda de acordo com a entidade, outros dados, não oficiais, reforçam essa leitura. “A Google nos informa que 48% do tráfego de dados que ela tem no Brasil vem de provedores regionais. Eles sabem disso porque sabem quais são os IPs que pertencem aos grandes e pequenos provedores. Além disso, a Netflix calcula que pelo menos 50% dos clientes deles estão pendurados em provedores regionais, o que também sugere que mais usuários usam provedores regionais do que grandes operadoras”, emenda Perez.
Segundo insiste, esses números deixariam o coletivo de pequenos provedores como os principais fornecedores de banda larga no país. Enquanto Claro/Net somava, em julho, 9,1 milhões de acessos; a Telefônica/Vivo, 7,7 milhões; e a Oi, 6,1 milhões. “Os números do CGI.br coincidem com o que Google e Netflix informam. Teríamos no total 42 milhões de acessos em banda larga no país, dos quais 41% com os pequenos. Ou seja, não somos os terceiros em market share, mas o principal vetor da banda larga no Brasil”, diz o presidente da Abrint.