Economia digital: ‘Sem dados, regulamentação fica muito emocional’
O Brasil não construiu uma discussão estruturada, baseada em dados para avaliar o impacto da economia digital e o papel das plataformas digitais, pontuaram os especialistas participantes de painel sobre o tema, no 31º Seminário Internacional ABDTIC, que acontece em São Paulo.
Para Carlos Ragazzo, professor da FGV e ex-conselheiro e superintendente-geral do CADE, uma discussão sem base em dados tende a ficar mais emocional, apesar dos aspectos técnicos e econômicos, o que trava uma tdecisão ponderada. Para exemplificar, citou o caso do Uber, que segundo ele pode ser definido em três ciclos, definidos assim: as tentativas de banimento, as quais apenas em poucos lugares se encontrou justificativas estruturadas para uma proibição; um segundo ciclo é a regulação muito semelhante ao modelo que já existia, ou seja, regular o Uber como um táxi e, agora, um terceiro ciclo, ainda em poucos países, onde se fala na proteção de dados.
“Não estou dizendo não regule o Uber, mas precisamos de uma discussão estruturada”, enfatizou Ragazzo, ao comentar a situação da empresa diante do PLC 28/2017. Segundo ele, não há como entender o porque das regulações colocadas no PL, entre eles, a exigência da placa vermelha, derrubada na votação no Senado, mas como o projeto voltará à Câmara dos Deputados, poderá vir a ser reinserida no debate. Assistam a participação do professor da FGV, Carlos Ragazzo.