Entidades reagem ao assassinato de funcionário de ISP em Salvador e cobram o fim da omissão e silêncio dos órgãos responsáveis
"É inaceitável que profissionais que exercem atividades lícitas, reguladas e essenciais sejam expostos à violência, à intimidação e ao risco de morte", sustentam as entidades do setor.

Em abaixo-assinado, divulgado nesta quinta-feira, 18/12, e provocado pelo assassinato de um funcionário de provedor Internet, em Salvador, na Bahia, as entidades representativas do setor, com Abrint à frente, mais uma vez, manifestam repúdio e profunda indignação diante da grave escalada de violência criminosa que vem se intensificando em diversos estados do país contra empresas e trabalhadores do setor de telecomunicações.
Na nota oficial, as entidades advertem que são reiterados e alarmantes os registros veiculados pela imprensa e confirmados por autoridades públicas acerca de atos de vandalismo, ameaças, extorsões e assassinatos de colaboradores de provedores de internet, praticados por organizações criminosas com o claro objetivo de impor o medo, paralisar atividades econômicas lícitas e submeter comunidades inteiras ao domínio da criminalidade.
No documento, as entidades lembram que “os provedores regionais de internet exercem atividade essencial e estratégica para o país, sendo responsáveis por conectar milhões de brasileiros, especialmente em regiões periféricas, rurais e de menor interesse econômico para grandes grupos. Sua atuação tem sido decisiva para a redução das desigualdades digitais, o fortalecimento da economia local, o funcionamento de escolas, hospitais, serviços públicos e empresas.”
Reforçam que os ataques criminosos dirigidos a essas empresas não se limitam a danos patrimoniais ou perdas empresariais: representam uma ameaça direta à população, que passa a ter seu direito ao acesso à internet, serviço indispensável ao trabalho, à educação, à saúde e à cidadania, condicionado à ação de facções criminosas. As entidades signatárias manifestam solidariedade irrestrita às famílias, amigos e colegas dos trabalhadores vítimas desses crimes e exigem das autoridades públicas competentes, em especial das forças de segurança e do sistema de justiça, investigações rigorosas, céleres e transparentes, com a identificação e responsabilização dos autores materiais e intelectuais, nos termos da lei.
São taxativos: “É inaceitável que profissionais que exercem atividades lícitas, reguladas e essenciais sejam expostos à violência, à intimidação e ao risco de morte. A liberdade de atuação econômica, a segurança dos trabalhadores e a continuidade dos serviços essenciais são deveres indeclináveis do Estado e não podem ser relativizados. Diante desse cenário, as associações abaixo-assinadas reivindicam a adoção imediata de medidas efetivas de proteção aos profissionais do setor, bem como a implementação de políticas públicas integradas, nos âmbitos municipal, estadual e federal, que assegurem condições mínimas de segurança para aqueles que, com dedicação, responsabilidade e profissionalismo, mantêm o Brasil conectado.”. E finalizam o documento com um recadoàs autoridades: “O silêncio e a omissão diante dessa realidade não são mais admissíveis.”





