FUST passa longe dos provedores e ABRINT pede solução urgente para postes ao Minicom
As políticas públicas estão distantes dos provedores regionais, que são os responsáveis por levar a banda larga para todo o Brasil. Esse foi um dos recados passados pela Abrint – Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações ao Ministro das Comunicações, Juscelino Filho, em audiência realizada nesta quarta-feira, 18/01, em Brasília.
O encontro contou com a presença Mauricélio Oliveira Junior, Diretor-Presidente da ABRINT; de Sidnei Batistella, Diretor Vice-Presidente da ABRINT; e de Cristiane Sanches, líder do Conselho de Administração da ABRINT e presidente do Conselho Consultivo da ANATEL. Do lado do governo, além do ministro, participou também Maximiliano Martinhão, que está cotado para ser secretário de Telecomunicações depois de ser exonerado da secretaria de Radiodifusão.
Ao Convergência Digital, o presidente da Abrint, Mauricelio Oliveira Junior, lembrou que há questões relevantes a serem tratadas em 2023 para os provedores regionais. Uma delas o fato de o dinheiro do FUST (Fundo de Universalização de Telecomunicações) passar bem longe dos ISPs. Ele observou que existem 20161 provedores de acordo com os dados da Anatel e 32 mil empresas ativas no segmento, conforme dados apurados no PNAD.
“Nenhuma ação de financiamento passa perto dos ISPs. As existentes cobram garantias que não temos. Nossa garantia é o ativo, é a rede que construímos e esse não vale para pegar crédito. Tivermos uma reunião em Minas com o BDMG (Banco de Desenvolvimento) e eles estavam perplexos de ter uma linha aberta para telecom e não ter interessados. Mas eles estavam querendo dar crédito para empresas com faturamento entre 16 milhões e 300 milhões. Essa realidade não é a dos provedores regionais. O BNDES é a mesma coisa”, conta.
Segundo o presidente da Abrint, o ministro Juscelino Filho voltou a falar de um fundo garantidor – promessa antiga para os provedores, mas que nunca deixou o papel- para tentar equacionar a questão de financiamento. Outro ponto colocado à mesa foi a dos postes. “Não tem jeito. Tem de resolver e não pode ser no custo que está nem no modelo formatado. Esse tema é muito sério, principalmente, longe das grandes cidades, onde o preço cobrado é o mesmo da capital”, observou Mauricélio Junior.
A Abrint falou na criação de uma entidade nacional gestora, com atuação como operador neutro para aluguel e fiscalização dos pontos de fixação. Uma nova reunião ficou acertada para acontecer o quanto antes para tratar especificamente desse assunto. A entidade formalizou convite para o ministro Juscelino Filho participar do Encontro Nacional Abrint 2023, que acontecerá em maio, em São Paulo, com a participação de mais de 14 mil congressistas.