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GSMA: Mais do que o 5G, faixa de 6GHz abre caminho para o 6G

"O planejamento de uso da faixa de 6GHz não tem a ver com o 5G, mas tem, sim, o 5G Advanced e com o 6G", aponta o diretor de espectro da GSMA, Luiz Felippe Zoghbi.

O painel “Espectro com propósito: caminhos para um Brasil digital e inovador”, realizado nesta quarta-feira, 3/9, no Painel Telebrasil Summit 2025, reuniu representantes da GSMA, Anatel, operadoras, fornecedores de tecnologia e órgãos de controle para discutir a importância do espectro para a expansão da conectividade no País.

O diretor de espectro da GSMA, Luiz Felippe Zoghbi, abriu a discussão destacando que o 5G já alcança mais de mil municípios brasileiros, cobrindo cerca de 70% da população, com velocidades superiores a 500 Mbps. Ele alertou, no entanto, para o futuro: o tráfego de dados deve crescer 3,5 vezes até 2030, pressionando a necessidade de novas faixas.

“O espectro atual não será suficiente. Precisamos discutir desde já o 6G, a largura de faixa necessária e, principalmente, o preço do espectro. Quanto mais caro, menor a capacidade de investimento das operadoras”, afirmou.

Em entrevista à CDTV, do portal Convergência Digital, Zoghbi, do GSMA, diz que a decisão da Anatel de dividir a faixa de 6GHz – 700 Mhz para as teles e 500 Mhz para o Wi-Fi- permite que dois serviços – 5G e Wi-Fi floresçam no Brasil. “o Wi-Fi pode avançar com os 500 Mhz que a agência definiu e o serviço móvel tem espaço para crescer e expandir”, adicionou.

O diretor da GSMA admite que na América Latina, cada país tem o seu momento, mas o 5G está acontecendo e faixas de espectro precisam ficar disponíveis. “O planejamento da faixa 6GHz não tem a ver com o 5G, mas tem a ver com o 5G Advanced e com o 6G. Essa faixa do 6GHz é preparada para o 6G”, completou.


No estudo 6Gz na América Latina, lançado hoje, a GSMA enfatiza o papel crucial da faixa de 6 GHz para potencializar os benefícios do 5G e, futuramente, do 6G em toda a região. O estudo, baseado em uma análise do tráfego móvel e Wi-Fi em 11 cidades da América Latina, demonstra que é mais provável que as redes móveis, em comparação com as redes Wi-Fi, enfrentem restrições de capacidade até 2035. Isso torna o espectro adicional essencial para melhorar o desempenho das redes e garantir um valor econômico mais amplo.

Os dados coletados pela Ookla mostram que todas as 11 cidades na América Latina analisadas quase não têm conexões usando a porção inferior de 6 GHz com o Wi-Fi 6E, deixando a faixa aberta para a evolução futura da tecnologia. Existe também margem para melhorar a eficiência do uso do espectro. Atualmente, a América Latina ainda é dependente de tecnologias Wi-Fi mais antigas: 41% do uso de Wi-Fi corresponde ao Wi-Fi 4 e 52% ao Wi-Fi 5. Com a atualização para as tecnologias mais recentes e eficientes em termos de espectro, como o Wi-Fi 6 (apenas 7%), as faixas não licenciadas existentes (2,4 GHz, 5 GHz e a parte baixa de 6 GHz) são suficientes para atender à demanda futura de Wi-Fi.

Por outro lado, os dados mostram que a maior parte do uso de dispositivos móveis é feita em grande parte através de faixas médias. 84% da conectividade em ambientes internos é fornecida por faixas medias e 71% do uso de 5G em ambientes internos urbanos é fornecido pela faixa de 3,5 GHz.

As redes móveis vão precisar, em média, de 2 GHz de espectro de bandas médias por país até 2030 e, na maioria dos mercados, mesmo utilizando todo o esse espectro atualmente disponível, a demanda não poderá ser atendida sem a faixa de 6 GHz. Disponibilizar toda a parte alta de 6 GHz para IMT é essencial para gerenciar o crescimento médio de 3,5 vezes no uso de dados na região até 2030, atingir as velocidades previstas na visão da União Internacional de Telecomunicações para o 5G e suportar larguras de canal de 200 a 400 MHz para o 6G.

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