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Itaú alerta o BC que prazos de implantação do Open Finance estão apertados

“As equipes técnicas estão trabalhando noite e dia”, sinalizou o presidente do Itaú, Milton Maluly Filho, ao participar do painel dos CEOs das instituições financeiras no Febraban Tech, para advertir sobre a complexidade da implantação das próximas fases do Open Finance o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, presente ao evento. Apesar da sinalização, Milton Maluly Filho deixou claro não ter restrições ao processo de evolução dos serviços financeiros e reconheceu que os avanços dos últimos anos incentivados pela regulação do órgão trouxeram benefícios como um todo.

O CEO do Itaú também admitiu que o PIX – que criou ruídos com o governo Bolsonaro, uma vez que o presidente da República disse que os bancos ‘perderam dinheiro com o PIX” – se tornou muito importante para o consumidor e que cresceu graças à regulação, o que viabilizou o fim dos problemas técnicos. “Antes não conseguíamos entregar interoperabilidade da forma exigida e o BC teve um papel importante para que isso acontecesse”, disse.

Mas Maluly Filho lembrou que os bancos tiveram um papel fundamental, pois “abraçaram uma mobilização gigante” e hoje operam um grande volume de transações por esse canal. Presentes ao paineil, os CEOs do Santander, Mário Leão, e do Banco Alfa, Fabio Alberto Amorosino, também elogiaram os resultados positivos do PIX e comemoraram a implantação do Open Banking.

No aspecto político, o cenário global preocupa, porém, os CEOs concordaram com a possibilidade de o Brasil ter uma posição de destaque no processo “iminente” de desglobalização que o mundo deverá atravessar. “Muitos países já admitem que a globalização pode ter sido boa, mas já passou dos limites no que diz respeito ao supply chain, e os últimos conflitos mostraram isso”, ponderou Mario Leão, CEO do Santander, referindo-se à invasão da Ucrânia pela Rússia e ainda as incertezas que cercam Taiwan, por conta da China.


O CEO do Banco Alfa, Fabio Alberto Amorosino, observou que a desglobalização traz oportunidades de regionalização. “O processo de desglobalização vai ser lento, mas acontecerá. E será inflacionário, elevando preços das commodities. O Brasil ganha espaço pois não tem relação conflituosa com os países expostos e pode se tornar um hub de oportunidades”, completou Maluly Filho.

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