
Testes liderados pelo Ministério das Comunicações, com apoio de CPQD, Qualcomm, Intelbras e Brisanet, indicam que a tecnologia pode acelerar a conectividade em áreas remotas, atendendo aos parâmetros da Estratégia Nacional de Escolas Conectadas.
Um projeto-piloto conduzido pelo Ministério das Comunicações, em parceria com o CPQD, Qualcomm, Intelbras e a operadora Brisanet testou com sucesso o uso do 5G FWA (acesso fixo sem fio) para conectar três escolas rurais no Rio Grande do Norte. A tecnologia apresentou desempenho equivalente ao da fibra ótica, com capacidade para atender aos requisitos da Estratégia Nacional de Escolas Conectadas. Velocidades médias por aluno variaram de 16 Mbps a 29 Mbps.
O experimento, realizado ao longo de cinco semanas, avaliou a viabilidade do 5G FWA para fins pedagógicos em regiões remotas do Nordeste. As escolas selecionadas estavam localizadas a distâncias entre 1,6 e 4,7 quilômetros das torres de transmissão (ERBs) da Brisanet – alcance possibilitado pelo uso de equipamentos CPE externos, que melhoram a captação do sinal.
O ministro das Comunicações, Frederico de Siqueira Filho, destacou que o 5G FWA pode ser uma alternativa rápida e viável para universalizar o acesso à internet nas escolas, complementando a fibra óptica e a conexão satelital. “Esse piloto mostra que a tecnologia acelera a implementação da nossa política pública e amplia as possibilidades de inclusão digital no país”, afirmou.
Durante os testes, o CPQD monitorou o desempenho da rede, registrando velocidades médias por aluno dentro dos padrões da ENEC – 1 Mbps por estudante no maior turno. O desempenho manteve-se estável mesmo com variações na distância entre as escolas e as antenas.
Gustavo Correa, gerente executivo de Soluções de Conectividade do CPQD, ressaltou que o 5G FWA é uma solução ágil e de custo reduzido em comparação com redes de fibra óptica. “Essa tecnologia permite levar conexão de alta velocidade a escolas em locais de difícil acesso ou com infraestrutura limitada”, explicou.
Antes dos testes no RN, um primeiro piloto foi realizado em setembro de 2024 no Distrito Federal, em parceria com o governo local, CPQD, Intelbras e as operadoras Claro e TIM. O foco foi avaliar o 5G FWA em ambiente indoor, em seis escolas públicas de regiões urbanas.
Utilizando a faixa de 3,5 GHz, os testes atingiram velocidades de até 945 Mbps em uma das unidades, segundo relatório do CPQD. No total, 2.456 estudantes participaram da avaliação.
Os resultados reforçam o papel do 5G FWA como solução complementar em áreas onde a fibra óptica tem alcance limitado ou custo elevado de implantação, acelerando a democratização do acesso à internet de qualidade no país.