Telegram mente para atacar o PL da Fake News para seus usuários
ATUALIZADA –O Telegram disparou nesta terça-feira, 09/05, mensagens para os usuários da plataforma contra o PL das Fake News, dizendo – e mentindo e desinformando – que o projeto de lei “irá acabar com a liberdade de expressão”.
“O Brasil está prestes a aprovar uma lei que irá acabar com a liberdade de expressão. O PL 2630/2020 dá ao governo poderes de censura sem supervisão judicial prévia”, aponta o comunicado.
A empresa também afirma que o texto seria uma das “legislações mais perigosas já consideradas no Brasil” e que “matará a internet moderna se for aprovado com a redação atual”.
O Telegram enfrenta embate com a justiça brasileira, após não ter cumprido, segundo as autoridades, pedidos judiciais sobre identificação de usuários em grupos neonazistas na plataforma.
Em uma das investigações da Polícia Federal, por exemplo, foi averiguado que um adolescente apontado como responsável por um ataque a escolas em Aracruz, no Espírito Santo, no ano passado, fazia parte de chats neonazistas no Telegram.
Reação imediata
O relator do PL das Fake News, deputado Orlando Silva, do PCdoB/São Paulo, reagiu. “O jogo sujo das big techs continua. Recebo denúncias de que o Telegram está disparando FAKE NEWS contra o PL 2630 para milhões de usuários. Essa campanha de mentiras não vai prosperar. A Internet não é terra sem lei, e a regulação é uma necessidade”, disse o deputado.
Também ao comentar a postura do Telegram, o Ministro Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, enfatizou que a vontade das grandes plataformas de redes sociais não é maior que a soberania do Brasil. “Inacreditável! Telegram desrespeita as leis brasileiras e utiliza sua plataforma para fazer publicidade contra o PL2630. As medidas legais serão tomadas. Empresa estrangeira nenhuma é maior que a soberania do nosso país”.
O Google também criticou ter sido citado. “Nesta terça-feira, 9 de maio, fomos informados de que o aplicativo de mensagens Telegram disparou um alerta aos seus usuários acerca do Projeto de Lei 2630/2020 (PL/2630). No texto, somos citados sem qualquer autorização e não reconhecemos seu conteúdo.”