Internet

Tim Berners-Lee: “Me preocupa a proliferação da desinformação e sordidez na Internet”

A World Wide Web chega aos 30 anos e o seu criador, Tim Berners-Lee, em entrevista à BBC, adverte que é necessária uma ação global para conter “o mergulho (da internet) rumo a um futuro disfuncional”. O especialista diz que a correção de rumo se faz urgente A world wide web é a estrutura que permitiu que as pessoas pudessem desfrutar do conteúdo transferido pela internet. Hoje, os termos web e internet são vistos praticamente como sinônimos.

À BBC, Berners-Lee disse que o escândalo envolvendo a empresa britânica Cambridge Analytica – acusada de usar, para fins políticos, informações privadas de 87 milhões de usuários do Facebook – fez com que as pessoas percebessem de forma mais clara como os dados de milhares de usuários podem ser manipulados. O especialista lamenta o fato de, hoje, milhares de pessoas duvidarem da Internet como uma força do bem, inclusive ele próprio se mostra abalado. “Estou muito preocupado com a proliferação de desinformação e sordidez”.

Para Berners-Lee, os princípios de uma rede aberta precisam ser salvaguardados e, por isso, divulgou uma carta aberta onde estão listadas três áreas específicas de “disfunção” que, segundo o criador da internet, estão prejudicando a Internet :

– Atividades maliciosas, como hacking e assédio

– Projetos de design duvidoso, como modelos de negócios que recompensam cliques


– Consequências não intencionais, como discussões agressivas ou polarizadas

São problemas que poderiam ser, em parte, combatidos com novas legislações e sistemas que limitem o mau comportamento online. Berners-Lee cita, como exemplo, iniciativas como o projeto Contract for the Web (Contrato para a Rede) que ele ajudou a lançar no ano passado.

“Precisamos de defensores da rede aberta dentro do governo – funcionários públicos e autoridades eleitas que tomem providências quando os interesses do setor privado ameaçarem o bem público e se levantem para proteger a internet aberta”, completeou Berners-Lee na carta aberta encaminhada à sociedade civil, governos e academia.

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