WhatsApp quebra promessa e anuncia propaganda no aplicativo
App também vai cruzar informações dos usuários com Facebook e Instagram

O WhatsApp, aplicativo de mensagens que sempre se posicionou contra anúncios invasivos, anunciou a chegada de propagandas em seu serviço. A mudança ocorrerá na aba “Atualizações”, onde ficam os Status e os Canais, e marca uma ruptura com a promessa feita pelos fundadores de que o app não teria publicidade.
A Meta, dona do WhatsApp, justifica a decisão afirmando que os anúncios serão “não intrusivos” e não afetarão as conversas privadas, que continuarão protegidas por criptografia de ponta a ponta. No entanto, a empresa passará a usar dados como localização, idioma e interações com canais para direcionar propagandas no Status e em canais promovidos.
Segundo a empresa, a monetização será feita de três formas: pela assinaturas de canais, quando usuários poderão pagar por conteúdos exclusivos de criadores; em canais promovidos, de forma que administradores poderão impulsionar seus canais para aumentar visibilidade; e com anúncios no status, onde empresas exibirão propagandas, e usuários poderão iniciar conversas diretamente com os anunciantes.
A Meta garante que não venderá números de telefone e que conversas privadas não serão usadas para personalizar anúncios. No entanto, quem vinculou o WhatsApp à Central de Contas da Meta (sistema que integra Facebook e Instagram) terá propagandas baseadas em dados de outras plataformas. “No caso de pessoas que escolheram adicionar o WhatsApp à Central de Contas, também usaremos as preferências de anúncios e os dados das outras contas da Meta”, diz expressamente a empresa.
Em 2012, o cofundador Brian Acton afirmou: “Nossa receita? Vender anúncios não está no plano”. Já em 2018, o então CEO Jan Koum disse que sairia da empresa se o WhatsApp adotasse publicidade. Com a mudança anunciada hoje, a Meta consolida sua estratégia de monetização, alinhando o app ao modelo de negócios de Instagram e Facebook.
A empresa afirma que a experiência para quem só usa o WhatsApp para conversas pessoais não mudará. Mas, para milhões de usuários, a novidade representa o fim de uma era — e o início de um aplicativo cada vez mais parecido com suas redes sociais irmãs.