ABAI Brasil vai às compras; cria fábrica de software e aposta em humanos digitais
Humano digital não é um concorrente do chatGPT, tampouco um chatbot. O humano digital é uma evolução dos robôs para interação nas centrais de atendimento. Segundo o CEO da ABAI Brasil, Octávio Fernandes, o humano digital é um avatar com ‘emoção, entonação de fala, que entende áudio e usa IA generativa.
A tecnologia é recente – a ABAI tem origem espanhola, criada há três anos – e está em desenvolvimento no mundo. Aqui no Brasil, a ABAI conquistou 10 novos clientes no setor financeiro e nas fintechs em 2023 e para 2024, o plano é manter o ritmo de crescimento e entrar no mercado de telcos, utilities e varejo.
“O avatar ou o humano digital, tem uma vantagem que é a escala. A empresa pode ter milhares de avatares atendendo simultaneamente. Mas a verdade é que não adianta resolver o gargalo da entrada se não houver eficiência. O avatar não é básico. Ele não serve para responder no WhatsApp. O avatar é mais sofisticado. Nós, por exemplo, montamos uma fábrica de software no Brasil para customizar os avatares às demandas do cliente e à realidade brasileira”, conta Fernandes.
A ABAI Brasil apostou na aquisição para garantir mercado no país. A empresa comprou há dois anos, a Parla Contact Center, hoje totalmente incorporada à ABAI. e com a marca descontinuada. Também decidiu ter uma fábrica de software – a única existente fora de Madrid, sede da empresa, para fazer as customizações necessárias, localizada em Baueri, São Paulo.
O humano digital é uma novidade, mas já tem quatro usuários no Brasil, todos no segmento financeiro. O gerente de soluções digitais da ABAI, Gabriel Haibi, ao ser questionado se o humano digital rouba emprego do ser humano, assegura que não. Mas admite que os empregos estão se transformando.
Segundo ele, haverá um híbrido sempre entre o humano digital e o ser humano. “O avatar vai ter a sua função e as pessoas serão deslocadas para serviços com mais complexidade”. diz. Haibi foi além: a sua própria função não existiria se não houvesse o avatar e o humano digital. “A curadoria intelectual dos dados sempre será do ser humano. Mas há serviços burocráticos que podem e devem ser prestados pelos avatares e humanos digitais. Sempre haverá um cientista de dados por trás”, adiciona.
O CEO da ABAI Brasil, Octávio Fernandes, faz questão de esclarecer: a empresa não é desenvolvedora de IA generativa. “Nós nos aproveitamos da IA para fazer os avatares e robôs. Não tive até agora nenhum cliente que pediu para ter 100% de robôs. A mescla robôs e humanos sempre vai existir”, detalha. A empresa não revela valores de investimentos, mas faz uma forte aposta na América Latina, tanto que possui operações no Peru e na Colômbia. Na Europa, além da Espanha, atua também em Portugal.
Octávio Fernandes e Gabriel Haibi são taxativos: a Inteligência Artificial Generativa veio para ficar. “Nós tivemos as redes móveis, a Internet e teremos a IA generativa na história. Mas nada será feito só com a IA. Ela vai se apoiar em sistemas com o machine learning e o big data e também nas pessoas”, finaliza o CEO da Abai Brasil.