Abinee: Briga da ANAC com a Receita respinga e pode parar indústrias do setor por falta de insumos
Empresas associadas à Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) já sentem os impactos do atraso dos desembaraços alfandegários de alguns aeroportos do País e podem parar suas linhas de produção ainda esta semana, em razão da falta de insumos e matérias-primas importadas, adverte a entidade em comunicado enviado à imprensa, nesta quinta-feira, 07/02.
Os problemas tiveram início depois da edição pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) de uma norma que obriga os auditores da Receita Federal fiscais que trabalham em aeroportos a passarem por revista física antes de ocuparem seus postos na aduana.
A medida, reporta a Abinee, tem provocado atrasos nos desembaraços aduaneiros, gerando prejuízos com paralisações de plantas industriais, além do aumento dos prazos e custos de armazenamento das mercadorias nos pátios da Infraero. Algumas associadas informaram à Abinee que, em alguns casos, o tempo de distribuição das mercadorias importadas passou de 2 para 15 dias, provocando aumento de custos de armazenagem em até seis vezes. Os aeroportos mais afetados, no caso do setor eletroeletrônico, são o de Viracopos e o de Guarulhos, ambos em São Paulo.
A entidade que representa a indústria eletroeletrônica observa que as empresas do setor trabalham no sistema just-in-time tendo, portanto, estoques reduzidos. Assim, sinaliza a Abinee, atrasos na aduana comprometem as atividades, podendo facilmente paralisar a produção de grandes empresas.
No comunicado, a Associação considera preocupante a demora do governo em resolver o assunto, que já se arrasta por mais de um mês. Para a Abinee, “é inadmissível que, em um cenário econômico em que se busca o aumento da produtividade e a desburocratização dos setores produtivos, haja tanta demora para solucionar um problema que impacta diretamente a indústria e outros segmentos da economia. “