Afiliadas da Globo vão para a nuvem; usam ferramenta de automação da IBM e avançam para a IA
Grupo Jaime Câmara, com atuação no Centro-Oeste, fechou com a Microsoft como fornecedor de nuvem depois de uma negociação forte. "Colocamos uma lupa nos gastos e buscamos os custos escondidos", diz o diretor de TI, Luis Duarte.

O Grupo Jaime Câmara, maior grupo de comunicação do Centro-Oeste do País, com 11 geradoras de TV afiliadas da Globo, nove emissoras de rádio, três jornais e quatro portais de notícias, utilizou a tecnologia de automação IBM Turbonomic para migrar 100% de suas cargas de trabalho de seu ambiente corporativo para a nuvem.
O resultado já começou a ser contabilizado com uma redução de 25% nos custos, mas o diretor de Tecnologia, Luis Duarte, admite: colocou uma lupa nos gastos e buscou os custos escondidos. Segundo ainda o executivo, a migração para a nuvem foi um ‘alinhamento dos astros’, uma vez que os equipamentos próprios como hardware, storage e conectividade de rede estavam com o prazo de validade vencendo.
“Fizemos as contas para saber se a nuvem ficaria ou não mais cara e tentamos achar os custos escondidos. Olhamos os três grandes e escolhemos a Microsoft por conta do contrato negociado. Nós negociamos o Office 365, obtivemos quase 30% de desconto”, conta Duarte. Ele informa ainda que montou uma equipe dedicada a gerenciar o custo da nuvem diariamente. “É para ficar com a lupa mesmo. Se errarmos a mão, os custos aumentam mesmo”, observa.
O projeto – que contou com a participação da TD SYNNEX e da Integradora 4US – foi implementado a partir do uso da tecnologia de automação IBM Turbonomic, que permite aos negócios automatizar os vários elementos implicados na utilização da nuvem, monitorando máquinas e mapeando custos de modo a direcioná-los às áreas a que correspondem e sinalizar, ao menor sinal, possíveis desvios dos padrões estabelecidos pelo cliente. O software de automação da IBM foi configurado para a coleta de dados, tanto do ambiente de infraestrutura local quanto ou de nuvem, oferecendo funcionalidades multinuvem.
Governança e avanço para Inteligência Artificial
No primeiro momento, apenas o ambiente administrativo do grupo foi migrado para a nuvem. Agora, o próximo passo será migrar todo o ambiente de televisão para a nuvem, o que permitirá realizar transmissões via web.
“Maturidade e governança são essenciais para um bom projeto de nuvem. Muita empresa acha que aumentar o processamento, resolve o negócio. Mas não é assim. A governança é essencial. é igual num condomínio quando as contas de água e luz estão descontroladas. O rateio sempre beneficia quem desperdiça e gasta mais. No caso da nuvem, monitoração e observabilidade são tarefas relevantes para evitar o custo a mais”, sinaliza o líder de automação de TI na IBM Brasil, Sidney Sossai.
Olegário Marinho, CEO da 4US, parceiro local da IBM, diz que um dos maiores erros de projeto é levar as estruturas atuais para cloud sem fazer a otimização necessária. “Muitos projetos começam e morrem e continuam nos negócios porque falta governança. Isso gera custo. A gestão financeira é essencial. Os picos de cloud acontecem, mas precisam ser monitorados”, salienta.
O diretor da unidade de negócios de Dados, IA e aplicações da TD SYNNEX Brasil, Fabiano Rodrigues, diz que a primeira etapa do projeto foi vencida e, agora, é preparar para as próximas que vão trazer desafios. “A colaboração entre os parceiros para o cliente é crucial”, diz.
Luis Duarte, diretor de Tecnologia do grupo Jaime Câmara, admite que a pressão pelo uso da Inteligência Artificial vem mais do acionista, que está ouvindo falar de IA em tudo que é lugar. No caso da empresa, foi criada uma área de ciência de dados para direcionar as iniciativas e houve uma separação em dois grupos: IA para produtividade, em cima da automação para melhorar a produtividade do trabalho, e a IA voltada para o criativo, para quem mexe com edição para finalizar o trabalho de forma mais rápida. “Estamos começando a testar, a pensar IA”, antecipa.
O uso da IA generativa está centrada na parte comercial, nos criativos de publicidade. “Nós estamos vendo como usar o Copilot da Microsoft, mas sabemos que será uma jornada porque tem de ter treinamento”, adianta Luis Duarte. O executivo informa que, neste momento, não faz parte dos planos usar IA generativa na parte de conteúdo.