Agora é oficial: Banco Central dá adeus à moeda digital brasileira, o Drex
O chefe -adjunto do Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro, Breno Lobo, deixou claro que a Autoridade Monetária desistiu da moeda digital nacional. "Demos um passo para trás".

Depois de muitos rumores, o chefe-adjunto do Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro do Banco Central, Breno Lobo, confimou que a autoridade monetária desistiu de ter uma moeda digital brasileira oficial.
Durante evento da Associação Brasileira de Direito e Economia (ABDE) sobre segurança digital, ele disse, porém, que o BC levará adiante a infraestrutura que permitirá os chamados contratos inteligentes no futuro.
“A gente deu um passo para trás. Não é uma CBDC, uma moeda digital do BC. É uma infraestrutura para permitir contratos inteligentes, para garantir a entrega contra pagamento. Mas tem que dar o passo inicial, a gente enxerga o DREX nessa função”, afirmou Breno Lobo, do Banco Central.
As diretrizes gerais da moeda digital brasileira foram divulgadas no dia 24 de maio de 2021. Ali a intenção era tornar a moeda digital em uma “extensão da moeda física”. Isso porque elas fariam frente aos criptoativos que circulam no mercado, seriam, assim, a segurança das operações, uma vez que a moeda digital seria a extensão digital do real.
Breno Lobo, agora, diz que “pouco importa” para a população se é uma moeda emitida pelo Banco Central, ou se é moeda de uma instituição financeira. “Importante é ter uma infraestrutura que consegue registrar contratos inteligentes com liquidação vinculada, atrelada, ao alcance daquelas condições estabelecidas em contrato. DREX está indo nessa direção, que traz muito mais utilidade para a população brasileira”, acrescentou ele.
Entre os exemplos de contratos inteligentes, está, por exemplo, um documento que permitirá a transferência de bens móveis (carros) ou imóveis (casa própria), em um ambiente digital, no mesmo momento que o pagamento é liquidado. Evitando assim que uma parte seja lesada.
O desencanto do Banco Central com o Drex não é novidade. Em fevereiro, a instituição divulgou o relatório da primeira fase do piloto do Drex, a moeda digital brasileira, com detalhes sobre os testes realizados e os desafios enfrentados, especialmente em relação à privacidade, programabilidade e escalabilidade da plataforma. Em abril, o BC admitiu o atraso do Drex. E na Febraban Tech, em junho, uma mudança de rota foi anunciada para aplicações que usem a plataforma em garantia de crédito. E, agora, o Drex sai da mira do Banco Central.





