Mercado

Alta do dólar fez venda de impressoras cair no Brasil

O mercado de impressão no Brasil registrou queda de 3,3% no terceiro trimestre de 2019. No período foram vendidas 589.893 impressoras, sendo 447.277 inkjet (jato de tinta) e 142.616 a laser. No mesmo período de 2018 as vendas foram de 470.216 e 140.157 unidades, respectivamente. Já em relação ao segundo trimestre de 2019, a queda foi maior, de 10%.

Os dados fazem parte do estudo IDC Brazil Quarterly Hardcopy Tracker Q3/2019, realizado pela IDC Brasil, e não chegaram a surpreender. “Historicamente, o primeiro semestre concentra um volume maior de vendas de impressoras a tinta e, além disso, muitas empresas reviram suas estratégias no terceiro trimestre do ano passado, que ainda sofreu com a flutuação e a alta do dólar”, explica Rodrigo Okayama Pereira, analista de mercado da IDC Brasil.

A maior queda aconteceu nas vendas de impressoras com tanque de tinta. Foram 13,2% a menos do que no mesmo período de 2018. Já as impressoras com cartucho de tinta, tiveram um aumento de 8%, impulsionado pelas vendas de máquinas multifuncionais consideradas de entrada. “São impressoras com ticket médio menor e que acabaram influenciando também na redução da receita, que foi de US$162,4 milhões contra US$ 179,9 milhões no terceiro trimestre de 2018”, diz o analista da IDC Brasil.

Já no mercado de impressoras laser, o que chamou atenção de um ano para outro foi a receita, que diminuiu 18,7%, enquanto as vendas aumentaram 1,8%. Segundo Pereira, isso se deve ao fato de o mercado ter demandado um volume maior de equipamentos laser de entrada, com velocidade inferior a 30 páginas por minuto, que é um movimento oposto ao mesmo período de 2018, quando os equipamentos mais robustos e com velocidades mais altas mostraram melhor desempenho em vendas e consequentemente elevaram a receita total do mercado naquele ano.

A IDC Brasil destacou também o movimento de vendas de impressoras com tecnologia de impressão monocromática. “Esse modelo está ganhando mais espaço no mercado de PMEs e microempreendedores, pois o custo é menor e atende bem às necessidades de grupos de trabalho com usuários que não precisam de impressão em várias cores”, explica.


Dividido por segmento, o IDC Brazil Quarterly Hardcopy Tracker Q3/2019 apontou que 77% das vendas de inkjet foram para usuários finais e microempreendedores e 23% para pequenas e médias empresas. No caso dos modelos a laser, foi o contrário: 89% das vendas foram para o setor corporativo, que atingem de pequenos escritórios à grandes empresas e 11% para usuários finais.

Segundo o analista de mercado da IDC Brasil, esperava-se um 2019 muito bom para o mercado de impressoras. “Mas, com o tempo, essa expectativa positiva foi diminuindo. A lenta retomada econômica, as oscilações do dólar e o reflexo de incertezas e outros fatores na confiança do empresário e do consumidor, por exemplo, nos levaram a reavaliar nossas projeções em relação a esse e outros mercados. Ainda assim, a IDC acredita que o mercado registrará saldo positivo em todo o ano de 2019”.

Tendências na América Latina

A IDC Latin America identificou três tendências principais no mercado de impressão, sendo duas relacionadas à digitalização. Primeiro, há uma clara transição de máquinas de função única para equipamentos multifuncionais. Por outro lado, nos últimos anos, o mercado passou a exigir máquinas a laser mais rápidas e também com uma boa relação custo-benefício. Por último, mas não menos importante, a introdução das impressoras de cartuchos de tinta veio com grande impulso e elas conseguiram estar entre as favoritas da região.

As máquinas a laser ainda são as mais solicitadas nos Serviços de Impressão Gerenciada. Agora, em vez de procurar vendas transacionais, fabricantes e fornecedores estão mais interessados em criar ambientes de impressão de escritório que envolvam hardware, consumíveis, monitoramento e até otimização do fluxo de trabalho. Portanto, as perspectivas de crescimento para 2020 no mercado de máquinas a laser que imprimam mais de 30 ppm (páginas por minuto) são de 2,1%.

Na região, há oportunidade de crescimento também no mercado de tanques de tinta. A IDC espera um crescimento de + 5,5% até 2020, com as máquinas multifuncionais com maior relevância. No México, embora a projeção de unidades seja semelhante à de 2018, em termos de preços médios é esperado um aumento de 5,6% até o final de 2019.

Para Alejandra Marino, gerente de pesquisa de soluções de imagem da IDC América Latina, as tendências indicam que o mercado ainda tem espaço para crescer, principalmente no segmento de pequenas e médias empresas, onde é possível promover soluções para um ambiente de impressão ideal, no ritmo da transformação digital nos negócios.

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