América Latina ficou para trás e falta inovação nos serviços 5G
"Ainda há operadora que precisa construir sua rede na região. E onde o 5G está mais adiantado, como Brasil e México, faltam serviços capazes de rentabilizar", pontuou o analista líder para as Américas da Omdia, Ari Lopes.

O momento das operadoras de telecomunicações na América Latina é delicado e o ciclo de controle de custos deve durar até 2026, afirmou o analista líder para as Américas da Omdia, Ari Lopes. Segundo ele, a região ficou para trás no uso do 5G pela população e hoje está à frente apenas da África no cenário mundial.
“A situação financeira das teles no Brasil é exceção. No Chile, há uma guerra de preços que está causando sérios problemas e a Argentina nem começou eito o 5G”, reforçou o analista, que participou nesta quarta-feira, 27/8, do Telco Transformation 2025, no Rio de Janeiro. Ari Lopes observou ainda que as antenas 5G são poucas na região. A Colômbia tem apenas 1500 sites. A Argentina pouco mais de 1000 sites. Já o Brasil, está com cerca de 46 mil sites 5G.
À CDTV, do portal Convergência Digital, Lopes falou que as teles se preocuparam em construir a rede, mas pecam na inovação e nos serviços que podem ajudar na monetização. “A velocidade ficou sendo o grande diferencial do 5G e é muito pouco. Lá fora, o fatiamento da rede (slicing) já está acontecendo. O B2B está mais avançado no uso do 5G. Na região, ainda há muito por fazer”, destacou.
Se o 5G avançou muito, a fibra óptica vai muito bem na região, com os países registrando crescimento acima de 20%, o que não é o caso do Brasil e do México onde o segmento vive um ciclo de maturidade. Ari Lopes diz que as telcos precisam ir além da conectividade – muitas estão indo para serviços, mas precisam andar mais rápido. E entender o papel delas com a Inteligência Artificial. “Aqui no Brasil, as teles têm de sair da posição cômoda e avançar. Não podem desperdiçar esse momento de transformação”. Assista a entrevista com o analista líder da Omdia, Ari Lopes.