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Ansiedade X Confiança: Brasil tenta equilibrar os potes no uso da IA generativa

Os trabalhadores brasileiros estão mais confiantes com a adoção da inteligência artificial generativa do que outros países do mundo, ficando atrás apenas da Índia. O dado é da pesquisa “AI at Work 2024: Friend and Foe”, produzida pelo Boston Consulting Group (BCG).

O estudo foi feito com cerca de 13 mil pessoas de 15 países, incluindo o Brasil. Foram ouvidos profissionais de diferentes níveis, desde líderes executivos a funcionários da linha de frente que não ocupam cargos de gestão. O intuito do levantamento foi investigar o impacto da inteligência artificial generativa (GenAI) no ambiente de trabalho e como diferentes regiões e setores estão adotando e se adaptando à IA.

Em relação ao ano passado, a pesquisa descobriu que, no mundo, a ansiedade a respeito do uso da tecnologia subiu seis pontos percentuais, passando de 12% para 18%. Já a confiança aumentou 16 pontos percentuais, passando de 26% para 42%.

Na comparação entre países, o Brasil ficou em segundo lugar no índice de confiança (atrás da Índia, com 54%), e em quarto como mais ansioso (19%), empatado com a Holanda. As localidades mais ansiosas em relação à GenAI no trabalho são: Japão (28%), Estados Unidos (23%) e Bélgica (21%).

Já os resultados por segmento indicam que saúde e consumo são os que se destacam com maior ansiedade (20%), e o que apresenta o maior índice de confiança é o de tecnologia, mídia e telecomunicações (45%). A confiança também é maior entre os líderes (50%), enquanto a ansiedade se sobressai entre funcionários da linha de frente (22%).


Futuro do trabalho

No Brasil, 85% das pessoas ouvidas acreditam que as tecnologias transformarão significativamente seus empregos nos próximos 10 anos, e 89% relatam que a IA já está ajudando a economizar tempo em suas tarefas diárias.

Nesse sentido, a taxa de confiança entre as pessoas que usam a IA regularmente é de 49%, enquanto o nível de ansiedade é de 15%, diferente dos não usuários, que apresentam apenas 20% de confiança e 19% de ansiedade. Mas, ao mesmo tempo, 33% dos respondentes acreditam que as suas funções podem deixar de existir na próxima década.

O relatório revelou ainda que, no Brasil, 26% dos funcionários de linha de frente utilizam regularmente as tecnologias em suas tarefas diárias, mas apenas 9% dizem ter recebido treinamento específico para isso. Por outro lado, 46% dos líderes afirmam que foram orientados sobre a implantação e utilização das ferramentas.

Por fim, a pesquisa aponta que, no Brasil, as áreas que mais adotaram a GenAI são: tecnologia da informação (72%), marketing e mídia (62%), gestão de negócios (60%), educação e treinamento (54%) e legislação (49%).

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