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Aos cinco anos, Pix é o favorito do brasileiro e está perto de movimentar R$ 30 trilhões ao ano

Desafio para o Pix, agora, é conquistar as empresas, já que 170 milhões de brasileiros usam o meio de pagamento e apenas 20 milhões estão adotando.

O Pix completou cinco anos neste domingo (16) como o principal método de pagamento do país e o favorito do brasileiro. Lançado pelo Banco Central em novembro de 2020, o meio de pagamentos digital movimentou R$ 26,4 trilhões no ano passado. Isso equivale a quase duas vezes o produto interno bruto (PIB) do Brasil em 2024.

Quando estreou, o Pix permitia apenas transferências entre pessoas e pagamentos por QR Code. Desde então, ganhou uma série de novas funcionalidades: Pix Cobrança, Pix Saque, Pix Troco, Pix Agendado, Pix por Aproximação e Pix Automático. Em breve, o Banco Central lançará o Mecanismo Especial de Devolução (MED) 2.0, voltado ao aperfeiçoamento da proteção contra fraudes.

As funcionalidades mais recentes já começam a alterar o mercado. O Pix por Aproximação, disponível atualmente para celulares Android, está integrado aos principais credenciadores e vem crescendo como alternativa barata e simples para lojistas. Já o Pix Automático promete uma revolução no débito recorrente — antes restrito a acordos entre grandes empresas e um conjunto limitado de bancos.

O avanço operacional também se integra ao Open Finance, permitindo iniciar pagamentos Pix diretamente por outras instituições financeiras, o que impulsiona, segundo o BC, o comércio eletrônico.

Os números mostram a escala da transformação. Em 2021, foram 9,4 bilhões de transações e R$ 5 trilhões movimentados. Em 2024, o volume saltou para 63 bilhões de operações, totalizando R$ 26,4 trilhões — o equivalente a 2,5 vezes o PIB brasileiro daquele ano.


O Brasil já tem 170 milhões de pessoas e mais de 20 milhões de empresas usando o sistema, praticamente toda a população adulta do país. Para Gomes, o Pix substituiu principalmente o dinheiro em espécie — um alívio logístico e financeiro para bancos e consumidores. O número de saques em caixas eletrônicos caiu de R$ 1 bilhão no terceiro trimestre de 2020 para R$ 660 milhões no terceiro trimestre de 2024, redução de 35%.

O Pix também é apontado como motor da inclusão financeira. Milhões de pessoas que usavam contas apenas para receber salário passaram a movimentá-las para pagamentos do dia a dia.

O número de usuários ativos no Sistema Financeiro Nacional praticamente dobrou entre 2018 e 2023 — de 77 milhões para 152 milhões entre pessoas físicas — enquanto, entre empresas, saltou de 3,5 milhões para quase 12 milhões. As fintechs foram as que mais cresceram: aumento de cerca de 5.000% no total de usuários ativos.

A expansão permitiu que bancos e instituições financeiras oferecessem novos produtos, como crédito, seguros e investimentos, a públicos antes menos acessíveis. Além disso, o Pix ajudou a reduzir tarifas, formalizar negócios, diminuir inadimplência e facilitar a emissão de notas fiscais e o pagamento de tributos.

Tecnologia nacional

As discussões para a criação do meio de pagamento que conquistou o país começaram oficialmente em 2016, com os requisitos fundamentais da ferramenta sendo lançados em 2018 pelo Banco Central. Em agosto de 2019, o BC comunicou que desenvolveu a base de dados e assumiu a administração do sistema de pagamentos instantâneos, que ganhou o nome Pix em fevereiro de 2020.

O Pix foi lançado, em caráter de teste, em 3 de novembro de 2020, para uma fatia entre 1% e 5% dos clientes de bancos e em horários especiais. O lançamento oficial, com funcionamento 24 horas e para todos os clientes que criarem chaves Pix, só ocorreu duas semanas mais tarde, em 16 de novembro de 2020.

*Com Agência Brasil

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