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Artistas de dados: quem são esses profissionais?

Os artistas de dados, explica o Gartner, têm a missão de criar ótimas perguntas e são essenciais para o bom trabalho dos cientistas de dados.

Ao falar no Gartner Data and Analytics Summit em Sydney, Austrália, Peter Krensky, diretor e analista da equipe de análise de negócios e ciência de dados, observou que, embora 82% das organizações tenham adotado análises aumentadas ou planejem fazê-lo até o final de 2022, poucas organizações estão usando esses novos recursos em seu máximo proveito.

“Muitas vezes, estamos usando essas novas ferramentas para realizar tarefas antigas, como gerar relatórios e criar gráficos”, disse Krensky. “A análise é uma ciência na qual melhoramos continuamente nossa compreensão e desenvolvemos novas técnicas para refiná-la ainda mais”, acrescentou. “A IA já permite todos os tipos de casos de uso que melhoram a vida, como agricultura inteligente e otimização ágil da cadeia de suprimentos”.

Mas o especialista adverte: o poder da análise também pode criar falsas expectativas e sobrecarregar desnecessariamente as equipes de análise, especialmente para aquelas que buscam maximizar o uso da análise para encontrar a melhor resposta para suas perguntas. “Eles analisam todas as opções, verificam todos os dados e analisam todos os números e isso dá a melhor resposta”, adicionou Sally Parker, diretora de pesquisa da equipe de liderança de diretores de dados do Gartner. “Mas a verdade é que mesmo uma estratégia de maximização não dá a resposta perfeita, apenas a melhor que podemos identificar com os dados que temos, quase sempre incompletos ou imperfeitos”, acrescentou.

Análise como uma arte

A ciência da análise é bem compreendida, mas as organizações também devem ver a análise como uma arte “porque a arte é uma lente para interpretar o mundo de maneiras diferentes e muitas vezes perspicazes”, sinalizou Peter Parker.


O VP do Gartner reforçou que cabe às equipes de análise identificarem as perguntas certas, e não simplesmente a resposta certa, porque um dos propósitos da arte é provocar e desafiar, o que geralmente é alcançado melhor com perguntas do que com respostas. “Uma boa análise, como bons professores, responde a perguntas, mas, assim como grandes professores, uma ótima análise pode nos levar a fazer novas e melhores perguntas”, acrescentou.

Ao exemplificar, Parker disse enquanto “Quem está comprando um produto?” é uma pergunta que pode ser facilmente respondida com uma estratégia de maximização, uma ótima pergunta seria: “Quem está comprando nosso produto que não se parece em nada com os clientes que conhecemos e entendemos?”, porque a resposta ajudaria uma organização a identificar novos segmentos de mercado. “Os artistas de dados criam ótimas perguntas, assim como os cientistas de dados criam ótimas respostas, e precisamos de ambos”, acrescentou ela.

Dito isso, os profissionais de análise também precisarão saber quando e se uma resposta é boa o suficiente. “Para um tomador de decisão, uma aproximação nos próximos cinco minutos pode ser mais valiosa do que a resposta certa exata em cinco horas”, completou Krensky. 

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