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No quarto trimestre de 2024, os gastos globais com serviços de infraestrutura em nuvem atingiram US$ 86 bilhões – um aumento de 20% em relação ao ano anterior – e, para o ano completo, a despesa saltou de US$ 267,7 bilhões em 2023 para US$ 321,3 bilhões em 2024, o equivalente a R$ 1,8 trilhão. O crescimento, impulsionado pela expansão acelerada dos modelos de inteligência artificial, vem transformando a forma como as empresas adotam a nuvem, com os principais fornecedores reportando retornos positivos sobre seus investimentos em IA. Os dados são da Canalys, que projeta nova alta em 2025, de 19%.
Entre os líderes do mercado, a AWS, Microsoft Azure e Google Cloud mantiveram sua posição no ranking, respondendo conjuntamente por 64% dos gastos globais com nuvem, que cresceram 25% ano a ano. A AWS, líder com 33% de participação de mercado, registrou um crescimento anual de 19% e ultrapassou a marca de US$ 100 bilhões em receita de infraestrutura em nuvem no ano, ao mesmo tempo em que lançou o AWS Nova, um modelo de base disponível em três variantes. Em janeiro de 2025, a empresa integrou o inovador modelo DeepSeek R1 – reconhecido por alcançar desempenho comparável ao GPT-4 a um custo reduzido – às suas plataformas Amazon Bedrock e SageMaker, enquanto também reduzia a vida útil de seus servidores de seis para cinco anos e destinava mais de US$1 bilhão a projetos de data centers focados em IA.
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O Microsoft Azure, com 20% do mercado e crescimento anual de 31%, teve 13% de sua expansão atribuída a serviços de IA, que cresceram impressionantes 157% em 2024. A plataforma integrou o novo modelo GPT-o1 da OpenAI ao seu serviço Azure OpenAI e, em janeiro de 2025, lançou o DeepSeek R1 na Azure AI Foundry, somando ao portfólio mais de 1.800 modelos de IA. A Microsoft também anunciou avanços estratégicos, como a conclusão de zonas de disponibilidade na Arábia Saudita e um investimento de cerca de US$700 milhões para ampliar sua infraestrutura de nuvem e IA na Polônia até junho de 2026.
Já o Google Cloud, detentor de 11% do mercado e com crescimento anual de 32%, viu seu backlog de receitas subir para US$ 93,2 bilhões no final de 2024, além de dobrar o número de compromissos de primeira vez em comparação com 2023. Em dezembro, a empresa lançou o Gemini 2.0 – seu mais avançado modelo multimodal alimentado por TPUs – e, posteriormente, expandiu sua presença na América Latina com o anúncio de sua quarenta e primeira região de nuvem no México.