Bancos investiram R$ 19,6 bi em TI. Software e Serviços responderam por R$ 10,1 bi
Apesar de ainda estarem classificados como despesas e não como investimento nos balanços contábeis dos bancos, software e serviços impulsionaram os gastos das instituições financeiras com tecnologia em 2018, que ficaram em R$ 19,6 bilhões, um aumento de 3% em relação a 2017, exatamente, por conta dos serviços originados a partir das novas tecnologias, como cloud, big data, computação cognitiva e inteligência artificial. Software e Serviços responderam por R$ 10,1 bilhões. Os dados são da 27ª edição da Pesquisa de Tecnologia Bancária 2019 da FEBRABAN, divulgada nesta terça-feira, 07/05, em São Paulo. O segmento bancário segue sendo o que mais investe em TI no Brasil, ao lado com o governo federal.
“Hoje, 80% dos bancos têm como prioridade o desenvolvimento de aplicações para o mobile banking. isso acarreta a contratação de desenvolvedores”, observa o diretor de Tecnologia da Febraban, Gustavo Fosse. O levantamento apura que, hoje, de cada 10 transações, com ou sem movimentação financeira, 6 são feitas por meios digitais – celular ou computador. O Mobile banking também é protagonista. Em 2018, 2,5 bilhões de pagamentos de contas e transferências, incluindo DOC e TED, foram realizados por meio do mobile banking, que, pela primeira vez, superou o internet banking na preferência do brasileiro nessas operações.
Esse movimento é reflexo da praticidade de uso, da segurança e da conveniência oferecidas pelo canal, que foi responsável por 40% do total de operações bancárias efetuadas no ano passado – levando-se em conta as transações feitas em agências, via internet banking, autoatendimento, pontos de venda no comércio, correspondentes no país e pelo telefone. Para efeito de comparação, em 2014 o mobile banking respondia por apenas 10% das operações.
De acordo com o estudo, o número de transações bancárias com movimentações financeiras cresceu cerca de 33%. O avanço de 80% na quantidade de transações com movimentações financeiras por celular foi puxado, principalmente, pelo crescimento número de contas pagar por esse canal (que chegou a 1,6 bilhão, em 2018) e de 119% na quantidade de DOCs, TED e outras transferências de quantias em contas bancárias (862 milhões).
“Hoje, o mobile banking tem duas vezes mais relevância que o Internet Banking”, admitiu o diretor de tecnologia da Febraban, Gustavo Fosse. “Mas não significa que o Internet Banking não está crescendo. É fato que o Internet Banking é para Pessoas jurídicas. E o Mobile Banking está sendo endossado pelas pessoas físicas”, complementa. Fosse também assinala que o mobile banking ganha espaço pelo fato de a banda larga estar mais massificada e com um custo mais em conta para o correntista. “A banda larga é um fator que impacta o maior uso mobile banking”, ressalta o diretor da Febraban.
Para 2019, a tendência de software e serviços continuarem em alta é confirmada, até por conta dos investimentos em big data, analytics e inteligência artificial, afirma Gustavo Fosse. Em 2018, já há uma amostra do impacto das novas ferramentas. A pesquisa apura que as interações feitas entre clientes e bancos por web-chat tiveram um crescimento de 364%, e chegaram a 138,3 milhões no ano passado. Já os atendimentos via chatbot passaram de 3 milhões, em 2017, para 80,6 milhões no ano passado, ou seja, aumentaram 2.585%.
Os próprios bancos quando questionados pela pesquisa sobre os investimentos prioritários previstos para os próximos anos, os bancos revelam que o setor tende a usar cada vez mais a inteligência de dados em suas operações: 80% dizem planejar investimentos em big data/analytics; e 73% investirão em inteligência artificial e computação cognitiva.