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Bradesco: metade das transações já acontece no ambiente da nuvem

A diretora-executiva de tecnologia do Bradesco, Cintia Scovine Barcelos, diz que o “lift and shift” — a transferência direta de aplicativos e cargas de trabalho existentes de um ambiente on-premises (local) para a nuvem — traz poucos benefícios.

A regulamentação do Banco Central, em 2018, foi a grande impulsionadora para os bancos migrarem para a computação em nuvem. A partir daquele ano, os bancos começaram a migrar com força total, enfatizou Cíntia Scovine Barcelos, diretora-executiva de tecnologia do Bradesco, em entrevista em vídeo à CDTV, durante o Febraban Tech 2024. “A regulamentação foi importante para trazer os guardrails, porque os bancos são muito regulamentados”, avaliou. 

O Bradesco começou um pouco antes motivado pela implantação da sua inteligência artificial, a BIA, cuja tecnologia somente estava disponível na nuvem. Agora, o banco já conta com vários serviços de negócio na nuvem, somando 50% das transações em cloud. Questionada se um dia o banco será 100% em nuvem, a executiva disse que “depende do que fizer sentido, mas que provavelmente não”.

“A computação em nuvem traz duas coisas que são essenciais para as áreas de tecnologia, de negócios e para a organização como um todo. Uma é o time to market, pois você consegue inovar mais rápido, e a segunda é que tudo que sai de novo [atualização] já está lá”, explicou. 

O Bradesco segue uma estratégia de múltiplas nuvens para usar a tecnologia na modernização. Justamente por isso, a executiva salientou que o “lift and shift” — ou seja, a transferência direta de aplicativos e cargas de trabalho existentes de um ambiente on-premises (local) para um ambiente de nuvem — traz poucos benefícios . “Os bancos têm uma infraestrutura muito grande, então, se você levar de um lado para outro, o custo acaba sendo maior”, justificou. 

O custo, aliás, tem sido foco de líderes de tecnologia que debateram computação em nuvem no evento. “Se você pegar o mesmo serviço aqui e lá fora, lá fora é mais barato. Acho que tem de ter um trabalho de equalização dos valores para ser feito. O custo de transfer out é muito alto. Quando você tira os dados de uma nuvem, você paga por isso. Então, se quero transferir o dado de uma nuvem para outra, o custo acaba sendo muito alto”, argumentou. 


E essa é mais uma justificativa para não ter usado o “lift and shift”. “Quando você muda a aplicação para nuvem e reconstrói ela, tirando proveito da tecnologia, o custo fica melhor.”  Assistam a entrevista com Cíntia Scovine Barcelos, diretora-executiva de tecnologia do Bradesco.

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